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sexta-feira, 8 de junho de 2012

Poema em prosa I – Diálogo com o Portador da Luz



Vapores infernais ascenderam do fogo eterno, e invadiram minha mente, como morcegos em revolta, voando numa caverna obscura e fria ao meu encontro, voando como sombras negras ao meu redor.
Um demônio especial apareceu-me, estendeu-me a mão, nela havia um belíssimo objeto que me atraia – como bela canção –, um punhal de ouro e prata adornado com diamantes. O demônio era um ser belíssimo, repleto de luz e poder.
Ele falou-me: “Tome teu presente, este punhal te dou.” Senti-me atraído, queria pegá-lo, ter aquele objeto tão belo ao meu poder. O ser de luz me disse mais: “tome-o e use-o em ti. Ceifa tua vida miserável e solitária, pois nada és, venha para outra vida melhor ao meu lado, para todo o sempre, pois te espero, meu amigo.”
Porém respondi-lhe: “amigo meu não és. Meus amigos verdadeiros querem minha vida, minha boa-aventurança. És anjo da destruição, és todo mal deste mundo personificado. És morte e destruição. És trevas e maldição. Vai-te para longe de mim. Vai-te às fossas infernais. Lá é teu lar.

Antonio Pinho