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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Arquitetura do grotesco

Antonio Pinho
Reinaldo Azevedo considerou Niemeyer como “metade gênio e metade idiota” (1). A metade gênio seria sua atividade como arquiteto, a metade idiota sua postura política. Creio que Reinaldo Azevedo está só a metade correto. Errou ao usar o adjetivo gênio. Melhor seria usar em seu lugar um antônimo.
Em janeiro de 2009 (2), Niemeyer não teve o mínimo constrangimento em elogiar a atuação de Stálin. Não se contentando em ficar só no elogio, partiu para a defesa de suas ações. É um truísmo falar a qualquer um, que tenha o mínimo conhecimento da história do século XX, que Stálin foi um dos maiores criminosos da humanidade, responsável pela morte de milhões na antiga União Soviética. Stálin, que na juventude fora um assaltante de bancos, eliminou fisicamente todos os que se opuseram a sua política psicótica, inclusive seus camaradas da revolução de 1917. Na década de 30 do século XX, quando implantou o programa de coletivização das propriedades rurais, milhões de pessoas morreram de fome. Para ser mais exato, Viktor Suvorov calcula que entre 3,5 a 5 milhões de pessoas “morreram de fome, e de 3 a 4 milhões pereceram no exílio” (3). Diante da fome, a população russa regrediu ao nível animal praticando canibalismo para sobreviver. Com extensa documentação Suvorov comprova como Stálin desde o início planejava deflagrar a II Guerra Mundial para estender a miséria do comunismo a toda a Europa, e depois a todo o mundo. Os dirigentes da União Soviética queriam por meio de guerras e revoluções unificar todas as nações do mundo num governo mundial comunista. Stálin conseguiu deflagrar propositalmente a II Guerra Mundial, o que o torna responsável pela morte das 50 milhões de pessoas que pereceram na maior guerra da história humana. A esses milhões de mortos somam-se outras tantas dezenas de vítimas de perseguição política e religiosa no interior dos territórios comunistas controlados por Stálin. A defesa da memória de Stálin por Niemeyer, torna nosso famoso arquiteto cúmplice moral de toda vítima do comunismo. Quem é cúmplice do crime transforma-se igualmente em criminoso. Ao que parece, Niemeyer nunca sentiu remorso pelas dezenas de milhões dos que morreram por causa do comunismo que ele tanto amou e defendeu em vida.
Os dados objetivos fornecidos pela história fazem de Stálin um dos grandes assassinos da história universal. Não há como negar esses fatos. No entanto, para Niemeyer, isso tudo é pura mentira, invenções de capitalistas para difamar o maravilhoso comunismo. Vejamos as próprias palavras de Niemeyer:  
“Uma obra fantástica do historiador inglês Simon Sebag Montefiore, sobre a juventude de Stálin, que tem alcançado enorme sucesso na Europa, reabilitando a figura do grande líder soviético, tão deturpada e injustamente combatida pelo mundo capitalista.”
Noutra parte do mesmo artigo ainda comenta:
“E volto a lembrar daquele livro, a figura de Stálin ainda muito jovem, sua paixão pela leitura, o seu interesse nos problemas da cultura, das artes e da filosofia, sempre a cantar e dançar alegremente com seus amigos.”
Que idílica imagem de Stálin nos dá a mente genial de Niemeyer! Stálin parece tão inofensivo quando Michael Jackson, que tanto gostava de brincar com seus amiguinhos “dançando e cantando alegremente” pelos jardins de Neverland. Quando vamos aos fatos, a história real da União Soviética e da vida de Stálin, o que se revela é um homem psicótico, sem o mínimo amor a vida humana. Todos que se colocassem entre ele e seus objetivos utópicos do domínio mundial deixavam, em sua mente, de ser humanos, convertendo-se em coisa, objeto inútil a ser removido. Característica clara da mente do psicopata, para o qual não existem valores morais. Tudo é permitido para se alcançar um objetivo. No caso de Stálin, matar milhões em revoluções e guerras – mais precisamente numa nova guerra mundial – para alcançar o poder mundial.
Niemeyer reproduz a lógica expressa na frase tão citada por Olavo de Carvalho, atribuída a Lênin: “xingue-os do que você é, acuse-os do que você faz”. Quem oprime, mata milhões e causa miséria são os capitalistas, ao passo que genocidas psicóticos como Stálin e Lênin são os libertadores, aqueles que trazem a paz e a prosperidade à humanidade, criando um mundo novo muito melhor, mais justo e fraterno. Como procedimento facilmente detectável na mentalidade revolucionária, estamos diante de mais um caso de inversão da realidade. É próprio da mentalidade revolucionária – como a mentalidade comunista dentro da qual raciocina Niemeyer – inverter totalmente a estrutura do real, no presente caso, a inversão da história, vendo no agressor a vítima, no tirano o libertador, no assassino psicótico o messias, no destruidor o salvador.
Nos anos 80 do século passado, Léo Villaverde já defendia que o marxismo se baseia totalmente no princípio da inversão (4). Todos os valores e instituições do ocidente cristão são invertidos pelos marxistas. Sua luta por um mundo melhor revela-se a luta por sua destruição. Villaverde vê isso em todos os ramos da vida: música, pintura, costumes, religião, família, arquitetura. Tudo o que é tocado pelo marxismo é invertido.
A degeneração das belas artes é algo óbvio para todo cidadão de bom senso: até objetos criados do lixo que nada significam ou representam são tidos como obras de arte de igual valor a Vênus de Milo.
Os princípios da religião são invertidos na própria negação de Deus. Quando Marx diz que a “religião é o ópio do povo”, para chegar à verdade, por meio dessa afirmação, basta invertê-la e chegamos à conclusão que o verdadeiro ópio do povo é o marxismo. Há também outras possibilidades por meio da inversão. Qual seria o oposto de ópio? Entendendo ópio como aquilo que afasta o indivíduo da realidade, alienando-o, aprisionando-o, a religião se mostra como aquilo que une o homem a realidade última e verdadeira que é Deus. Assim procedendo a religião liberta o homem, como prometia o próprio Cristo: “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. O princípio da inversão, que no fundo é de natureza satânica, toma o ensinamento bíblico, gira-o em 180 graus, e por fim temos a máxima de Marx, que iguala a religião à droga. Assim entendemos que sempre que um marxista promete libertar o trabalhador de uma sociedade opressiva, na verdade está lutando pelo seu inverso. A experiência histórica, desde a Revolução Francesa, mostra que a vitória de uma revolução representa o triunfo de expressões máximas de violência e escravidão, que denominamos de totalitarismo.   
O equivalente do marxismo nas artes é o movimento de vanguardas do início do século XX. Desde antes da Grécia antiga, a arte significava a representação do belo. Aplicando aqui novamente o princípio da inversão, temos movimentos de vanguarda fazendo com que a arte passasse a representar o feio, o grotesco. Na verdade, até nem podemos afirmar que a arte de vanguarda representa o feio, porque ela nada intenta representar, no sentido de representação como o registro artístico da realidade, como a pintura figurativa. A arte de vanguarda perde seu total vínculo com a realidade e com a tradição legada pela história. Invertendo o sentido e a função da arte, o movimento de vanguarda a esvazia de sentido e função, ou seja, a destrói.  
Chegamos à arquitetura modernista. As ideias arquitetônicas de Niemeyer (bem como de Le Corbusier e da escola Bauhaus) estão totalmente inseridas dentro da lógica marxista da inversão. Não é possível, como defendeu Reinaldo Azevedo, separar a postura política de Niemeyer de sua obra como arquiteto, que apesar de ter defendido as atitudes de um genocida como Stálin, é possível ver qualidades geniais nos edifícios que projetou. Não. Esse raciocínio não é possível.  As linhas dos edifícios famosos de Brasília saíram da mesma mente que via em Stálin virtudes heróicas. Temos visto que a lógica marxista é totalmente uma lógica da inversão. E os efeitos do marxismo na história da humanidade demonstram muito bem isso, bem como a biografia de tantos comunistas famosos. A estrutura cognitiva de quem está acostumado a raciocinar dentro da lógica marxista acaba, inconscientemente, invertendo o sentido de tudo que os sentidos do corpo lhe envia ao cérebro. Quando a inversão não é possível, resta a ocultação dos fatos. Não escutamos um marxista que se refira as montanhas de corpos humanos que suas revoluções empilharam ao longo da história dos últimos dois séculos. Eles simplesmente ignoram esses fatos da realidade. E quando confrontados com essa realidade, afirmam simplesmente que os milhões de mortos pelo comunismo são propaganda mentirosa dos “porcos” capitalistas. Invertem a realidade e não vêem que esses não são acidentes, desvios do verdadeiro comunismo. Não vêem que causar genocídio é a conseqüência lógica e automática sempre que o comunismo é implantado. Uma mente que ignora os dados da realidade, quando não os invertendo, interpretando o presente e o passado sempre em vistas dos benefícios de uma utopia futura que nunca chega, tem muita probabilidade de encarar todos os aspectos da vida pela mesma lógica da inversão. A arquitetura modernista, produzida por indivíduos como Niemeyer, é produto da mentalidade revolucionária. Os mesmos esquemas cognitivos comunistas usados na interpretação e modificação da realidade são aplicados também na arquitetura. A arquitetura modernista é, portanto, uma extensão da ação revolucionária marxista, que tem seu centro na ação política, e tentáculos que abraçam todos os aspectos da vida humana como as artes e a religião. Todos os aspectos da vida humana tocados e transformados pelo marxismo são esvaziados de sentido. A própria vida perde seu sentido e propósito, porque se o homem e todo o universo são frutos do acaso, vêm a existência do nada e ao nada voltam. Para um comunista, extirpar milhões de vidas em nome de uma utopia é nada fazer, pois aquelas vidas voltaram ao nada de que vieram.
A arquitetura modernista de Niemeyer é também uma ação política, e não é possível separar sua estética de sua postura ideológica diante do mundo. Essa postura é a da transformação do mundo por todos os meios, inclusive pela violência (não é a arquitetura modernista uma violência visual?). A ideia de transformação não é em si nociva, mas a transformação do mundo num novo mundo implica, necessariamente, na destruição do antigo. O antigo mundo é justamente a Civilização Ocidental cristã. A destruição marxista não opera somente no plano da religião e da economia baseada na livre iniciativa, como estamos costumados a pensar. A destruição é também estética, envolvendo todas as artes e a arquitetura. Na arquitetura há uma completa negação, por parte do modernismo, dos valores clássicos legados pela tradição ocidental. Se na religião negam Deus e os valores absolutos, na arquitetura negam o conceito clássico de belo e harmônico. Mais uma vez, a lógica marxista na arquitetura inverte os seus princípios, destruindo-os. Fica-nos o vazio e os escombros. Nossa realidade hoje, nesse início do século XXI, é uma sociedade de vazios e escombros.
Uma coisa que me chama a atenção é a drástica diferença entre os edifícios construídos antes e depois da II Guerra Mundial. Há um abismo enorme na estética arquitetônica entre um período e outro. Num espaço de poucas décadas o mundo viu-se inundado por prédios que eram diferentes de tudo que existira em todos os séculos anteriores. Trata-se de uma ruptura total com o passado, que é esquecido, para não dizer destruído. Ora, não é essa ruptura com o que era a arquitetura de antes da II Guerra Mundial uma atitude revolucionária? A descontinuidade é algo próprio a essência da revolução. No lugar de construir um mundo mais belo, a arquitetura modernista deu status de belo ao grotesco e feio. Perde-se a noção de harmonia e simetria, não há mais afrescos ou esculturas nas fachadas. Impera o puro funcionalismo, o que não tem função estrutural, mas puramente estética, deixa de existir. Impera as fachadas lisas: reina o concreto e o vidro. Assim é a estética destrutiva de Le Corbusier. Seu discípulo, Niemeyer, é ainda mais destrutivo, suas curvas em concreto criam estruturas sem função.
O modernismo na arquitetura gera edifícios sem conexão com a história do local. Diante das obras monumentais de Niemeyer em Brasília o indivíduo vê-se anulado e a história apagada – nada é despertado em nosso espírito, não nos gera uma experiência estética. Diante desses monstros modernos o vazio toma conta de nossa alma. Quando entramos na Basílica de São Pedro, no Vaticano, a experiência é totalmente inversa. A beleza arquitetônica de seu conjunto – a riqueza dos afrescos e esculturas – eleva o espírito ao infinito, a um sentimento do eterno. A beleza física do local, beleza terrena e perene, baseada na síntese estética dos períodos passados, leva-nos a noção do belo eterno, metafísico. Há como comparar a sublime beleza da basílica de São Pedro com Brasília? Seria como comparar as pinturas em cavernas de tempos pré-históricos às obras de Michelangelo.         

Referências
(1) Reinaldo Azevedo. Morre Niemeyer, metade gênio e metade idiota. http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/morre-oscar-niemeyer-metade-genio-e-metade-idiota/
(2) Oscar Niemeyer. Quando a verdade se impõe. Folha de São Paulo. 9 de janeiro de 2009. http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz0901200908.htm
(3) Viktor Suvorov. O grande culpado: o plano de Stálin para iniciar a Segunda Guerra Mundial. p.34.
(4) Léo Villaverde. A natureza mística do marxismo.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O conservador revolucionário

Antonio Pinho

Pergunto-me como deve ser a postura do conservador diante do atual estado de coisas? O que é ser conservador hoje, principalmente num contexto periférico como o latino-americano? Ou ainda, o que conservar?
Temos que ter como pressuposto que o outro lado – doutrinas coletivistas, portanto, socialistas – é por essência de natureza maligna e destrutiva. A oposição que o conservador faz é pela manutenção da civilização, dos valores legados pela história, e não pela aplicação de teorias sociais artificiais planejadas por uma elite que se entende por iluminada. Ele não pode crer que o pensamento socialista é igualmente válido como o seu, como se fossem visões a partir diferentes ângulos de uma mesma realidade, que no fim se complementam. Esse pensamento é falso. O conservador tem que ter a consciência que o socialismo é baseado em fundamentos totalmente falsos, maus por natureza, que quando implementados na sociedade causam somente totalitarismos, destruição, barbárie, guerras... As consequências destrutivas do socialismo não são provocadas por desvios daqueles que aplicam o socialismo, que o teriam corrompido. Isso também é falso. O socialismo aplicado socialmente é, por norma, destrutivo. E isso não foi algo acidental por aqueles que o idealizaram no século XIX. O socialismo foi criado justamente para causar destruição e caos. Isso ocorre porque para a criação ex nihilo de um novo mundo utópico jamais visto, o velho mundo deve ser destruído. Portanto, o ato destrutivo, iconoclástico, é algo intrínseco ao socialismo, porque o desejo de remodelar o mundo e o homem está baseado numa visão de mundo e de homem que são falsas. Ora, é totalmente lógico que tudo que tem fundamentos falsos também será falso, e sua natural tendência é desabar com o tempo.  O problema é que no dia em que o edifício do socialismo desabar ele já tenha abrigado boa parte do mundo em seus domínios, então, se isso ocorrer, o mundo desabará junto. Por isso, na mente do conservador deve haver a consciência que sua luta é contra uma espécie de nova horda de invasores bárbaros, que se infiltraram nos territórios da civilização, não para usufruir de suas conquistas, mas para aniquilá-las.
Essa infiltração é lenta e progressiva, e da forma como é feita atualmente quase indolor e imperceptível. Hoje a mescla e confusão entre escombros provocados pela ação revolucionária e as obras herdadas pela história são tamanhas, que o conservador deve primeiramente saber identificar o inimigo, que cada vez está mais camuflado, quase invisível. O conservador deve se chocar diante de uma realidade revolucionada, e não se conformar. Porque do choque partirá o impulso para a ação. E a primeira ação é a auto-educação: despertar sua consciência para a verdade, saber como de fato se ordenam os poderes no mundo, e qual a real dinâmica da história. O conservador é, assim, aquele que quer conservar primeiro sua própria consciência e a integridade de sua alma. Ele deve buscar identificar quem é o inimigo, para não ser enganado e, ao fim, levado pelas ondas do mar de mentiras.       
As estruturas da cultura e da sociedade estão tão modificadas pela atuação revolucionária do socialismo nos campos da cultura, educação e política – como a total inversão de valores morais que o Ocidente vive desde a segunda metade do século XX – que ser conservador hoje é quase como ser um revolucionário: diante de uma realidade degradada, ele vê com urgência uma ação consciente para sua modificação. Se o revolucionário remodela a sociedade para sua destruição, o conservador hoje deve “reremodelá-la” para sua reconstrução. O revolucionário deixa em seu rastro pilhas de escombros, o conservador deve a partir dos escombros empreender a reconstrução. O elemento inovador de nosso contexto histórico atual é que, numa sociedade cujas estruturas sofrem de um alto nível de modificação pela ação revolucionária, o conservador deixa de ser conservador e converte-se num revolucionário. Sua postura diante da história é, contudo, inversa a do revolucionário socialista. O socialista luta por um futuro que nunca chega e por uma utopia social que jamais existiu. O conservador revolucionário luta, por sua vez, ancorado por um passado e por uma sociedade, que nasceu espontaneamente pela experiência dos séculos, e não dos sonhos lunáticos da mente de algum filósofo de intenções duvidosas.
Isso não significa que o conservador sonha com a volta de um glorioso passado que foi destruído. Mas ele procura um meio de, a partir de sua realidade corroída, agir de acordo com a verdade – isto é de acordo com a natureza humana –, pois sabe que o socialista atua com base em mentiras, puras inversões da realidade. O conservador procura a verdade sobre o mundo, a sociedade e o homem. E se suas ações forem guiadas por essa verdade, os produtos de suas ações serão naturalmente verdadeiros, ou seja, de acordo com a natureza, ou ainda, de acordo com a vontade do Ser que nos criou.    

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Caminhando entre ruínas

Antonio Pinho
Sempre soube e senti que há muitas coisas esquisitas no Brasil. Mas desde que estourou a última onda grevista, a coisa todo ficou ainda mais evidente para mim. Inúmeras categorias de funcionários do governo federal parados, querendo salários ainda mais altos, e o Brasil para também. Diagnóstico da situação em que nos encontramos: hoje tudo gravita em torno do estado. Por causa disso, se o estado para, o restante também para. Isso tudo (somando-se a já preocupante realidade em que vivo) gerou em mim um mal estar e uma indignação que não se descreve, ou melhor, não consigo descrever.
Vejo minha nação caminhando cegamente rumo ao abismo, transformando-se em nova Cuba. E o que estamos fazendo para evitar o pior? Não há como lutar quando nem se sabe onde está o inimigo. Pior: o povo nem sabe quem é o inimigo. O cruel é que todos acham que o comunismo morreu, quando a realidade é justamente o inverso. Portanto, se quisermos entender a realidade basta inverter o que a mídia diz e o povo pensa.
Enquanto vivemos num mundo de sonhos – que é capitalista, livre e democrático – que pensamos que existe, mas que é pura fantasia construída pela mídia, para ocultar o que realmente vale a pena saber, Fidel Castro estende cada vez mais seu poder sobre a América Latina, por meio do Foro de São Paulo. Enquanto isso as massas acham que caminhamos a passos largos ao fortalecimento do capitalismo e da liberdade. A verdade é justamente o inverso disso. Se nada for feito, se continuarmos a trilhar o caminho em que já estamos, nosso futuro próximo é o totalitarismo.   
Quando bandidos cometem seus crimes nos cantos escuros do subúrbio, os danos sociais são locais – circunscrevem-se às vítimas e suas famílias. O grave é quando os mais altos postos de comando são ocupados por criminosos psicopatas. Quando isso ocorre, a degradação moral espalha-se da alma dos dirigentes para o restante do tecido social. Escândalos como mesalão e outros tantos mostraram que nossos dirigentes são criminosos perversos, senão psicopatas, sem um pingo de remorso pelas multidões que morrem vítimas de sua negligência, ou mesmo de sua ação consciente. Fidel Castro matou todos seus oponentes em Cuba. Aqui a violência não está sendo necessária, porque o natural passar do tempo está matando aqueles que ainda resistem a essa inundação vermelha que tudo toma conta. As novas gerações já são doutrinadas em Marx desde o primário.
A degradação moral espalhou-se por todos os poderes da nação, em todos os níveis. Hoje chegamos ao absurdo de criminosos estarem julgando outros criminosos. Os mais altos escalões do poder judiciário corroeram-se completamente. Situação idêntica vemos na educação, quando professores universitários sacrificam seus alunos para querer só um salário maior. E o mesmo se dá nos outros setores do serviço público. Todos nós sabemos que funcionário público (e ainda mais funcionário federal) ganha muito bem. Seus salários são muito mais elevados que os equivalentes pagos pela iniciativa privada. Mas isso não basta. Sua ganância quer mais, muito mais. As contas públicas que se danem, o povo que paga imposto que se dane. Eles querem é um salário bem mais gordo.
Isso tudo é fruto da esquizofrenia coletiva de que esta nação sofre, na qual a satisfação do próprio umbigo é o mais elevado horizonte de ideais, a única medida moral. O resto que se dane. Ou seja, nesse caso “o resto” somos nós. Então nós é que nos danamos.
Quando o crime vira lei nos mais altos postos de poder – como no Brasil de hoje, em que a presidente cometeu assaltos e sequestros –, a degradação se espalha por toda a sociedade, que se desmancha em caos e barbárie. Criminosos no poder só fazem é inverter a moral, legalizando o absurdo.
Chegamos ao ponto de vermos policiais grevistas cometendo crimes, seja por omissão ou mesmo por ação quando, em certos locais, a polícia federal chegou a trancar o trânsito, infringindo leis que eles mesmos deveriam defender.
Nossos governantes, dominados pela ideologia revolucionária, não trabalham para a manutenção das instituições que o passado nos legou, mas para sua subversão de todos os valores e de todas as instituições, para sua destruição. É neste tempo que vivemos: um tempo em que a realidade circundante perde seus contornos costumeiros, e transfigura-se em um monte de ruínas. Nossa geração caminha numa realidade que se transformou em pilhas de escombros.    

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Poema em prosa II – A voz do Mal

Antonio Pinho

Vi-me no deserto. Vento impetuoso levava-me de olhos vendados. Fome e frio senti. Por sorte a esperança pelo amanhã me consolava. No decerto, nas formas das dunas e no som majestoso do ar, vi a Beleza. Deus se revelava sutilmente nessas formas. Enquanto a paz preenchia minha alma, o Mal novamente se mostrou a mim. Tão sutil quanto o Bem ele era, porém não foi Amor que senti, mas ódio.
O Mal continuava buscando minha ruína, mesmo ali no deserto, na minha solidão. Eis que ouvi a voz do Mal: “Eu te odeio, e não me esqueci de ti. Quero tua destruição. Mas se queres ser meu amigo ainda, estende-me tua mão. Ajudar-te-ei a saíres desta terra de desolação. Dar-te-ei todo poder que quiseres. Dominarás sobre o mundo. Tua palavra será lei nas nações.” Estava ali tudo o que as nuvens de meus velhos sonhos outrora delinearam, mas agora eu via tudo claro. Nascera para dominar, ou ao menos com desejo de Poder. Bastava um Sim, e facilmente me seria dado o mundo de meus pensamentos. Contudo, uma força maior senti, que me fez entender o Bem e o poder da Verdade. Senti que ajudaria na transfiguração do cosmos, não dominando, mas servindo. Convicto falei: “Novamente não. Não quero poder, mas o Sentido Supremo da vida.” Diante da vontade da Verdade, o Mal afastou-se de mim. Só eu e o mundo, continuei a caminhar pelo calor do deserto. Caminhava livre, caminhava feliz.  

Leia:

Poema em prosa I - Diálogo com o Portador da Luz

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Qual o problema da educação brasileira? É a falta de salário ou a falta de vontade?

Antonio Pinho


No momento em que escrevo este texto, em Florianópolis, a UFSC, o Hospital Universitário a Eletrosul e os motoristas das empresas de transportadoras de valores estão em greve. Resultado: já não há mais dinheiro nos bancos, os alunos da UFSC estão prejudicados, como também os pacientes do Hospital Universitário. Os estudos ficam comprometidos, pois serviços básicos no campus estão parados. Quem quiser ir a um laboratório de informática ou a biblioteca estudar está impossibilitado. O comércio já começa a sentir os efeitos, pois com falta de dinheiro em circulação na cidade, o povo deixa de comprar. É uma simples relação de causa e efeito. As greves injustas afetam mais a população, e seus estragos são em grande parte maiores que hipotéticos benefícios a classe paralisada.      
Toda greve é motivada pela defesa de uma classe, e não pela defesa do bem-estar da população. Quando a greve é ganha pelos grevistas o que ocorre? Aumento de salários. Acontece que no Brasil o direito a greve praticamente só existe para funcionário público. Com a tradição grevista do funcionalismo público tupiniquim, a consequência é que os salários pagos pelos cofres públicos aos funcionários públicos superam em grandes proporções os pagos pela iniciativa privada. É justamente por esses altos salários que os concursos públicos têm atraído cada vez mais candidatos, que querem só é se encostar no Estado para ganhar mais, trabalhando menos, e sem risco de perder o emprego. Ou seja, temos aí a fórmula ideal da incompetência, da corrupção e da falta de produtividade.     
O problema não é em si o salário do funcionário público, mas o efeito negativo que causa na economia nacional. O governo do PT realizou inúmeros concursos e reajustou os salários do funcionalismo público de forma irresponsável, sem pensar no efeito negativo que isso vai ter a longo prazo, o que gerou um espantoso crescimento do Estado em detrimento da iniciativa privada. Quem está sofrendo com isso é justamente a iniciativa privada, que está tendo que arcar com umas das maiores cargas tributárias do mundo, que está batendo os 40% do PIB. Todos nós trabalhamos nada menos que 150 dias por ano só para o Estado, para pagar impostos, ou seja, para pagar os altos salários de funcionários públicos que ganham muito acima do que ganhariam trabalhando na iniciativa privada, e ainda trabalhando menos.  
Esse é um sistema que barra o crescimento da nação, e até gera pobreza. Quando mais o Estado cresce de forma irresponsável, torna-se mais pesada a carga de impostos sobre as empresas. Pagando mais impostos, as empresas dão a um Estado corrupto e ineficiente recursos financeiros que poderiam ser aplicados pela própria empresa em seu crescimento, adquirindo novas máquinas, pagando a formação de seus funcionários, aumentando sua estrutura física, aumentando produtividade... No fim das contas, quando as empresas pagam poucos impostos, e são pouco reguladas pelo Estado, o que ocorre é a geração de mais riquezas, pois são criados mais empregos qualificados. Isso é bom para o próprio Estado, porque se a iniciativa privada produz mais, consequentemente, vai pagar mais impostos. Com uma arrecadação maior, e baixa carga tributária, mais recursos podem ser aplicados na educação e no desenvolvimento tecnológico.
Com isso entramos no problema da educação. Seu mal é o mesmo mal de uma máquina estatal corrupta e pouco produtiva. Falta a educação um espírito mais alinhado aos valores do capitalismo saudável, ou seja, uma educação que pense na geração de resultados práticos, na livre concorrência que valorize a competência individual de escolas, professores e alunos, na busca constante pela qualidade do serviço prestado, etc. O problema é que os sindicatos de professores defendem causas que são “boas” aos professores e ruins aos alunos e a sociedade. Os sindicatos querem redução de carga horária e aumento de salários – uma lógica que é totalmente inversa a do capitalismo, no qual quem quer ganhar mais, tem que trabalhar mais. Não digo que os professores devam ser submetidos a cargas horárias excessivas, mas o bom senso tem que ser mantido. Quando o professor trabalha menos, o aluno também vai aprender menos. No Brasil os alunos ficam em média 4 horas na escola nos 5 dias úteis. Nos países desenvolvidos é comum o aluno ficar bem mais que isso na escola. Se o aluno fica mais tempo em sala de aula, aumenta a probabilidade dele aprender mais.
Outro problema é a falta de produtividade. Os alunos saem do ensino médio sem saber história do Brasil e história geral, matemática, inglês e espanhol, e com baixa proficiência em leitura e escrita em português. Como podemos querer que o Brasil se desenvolva social e economicamente sem que grande parte da população tenha esses conhecimentos míninos, essenciais para um mundo globalizado e altamente tecnológico? Quem não domina seu idioma, uma língua estrangeira e matemática não poderá ser um engenheiro. Quem não conhece a história de seu país não vai poder compreender a realidade atual com profundidade, o que lhe impossibilita ser um cidadão consciente na hora do voto.
A falta de qualidade na educação tem enormes efeitos maléficos em todos os setores da sociedade. Por outro lado, uma educação de excelência vai fazer toda a diferença: a economia se desenvolve, a nação prospera, os eleitores são mais conscientes de seu papel na história e na sociedade, a cultura progride e a democracia se fortalece.
O que contribui para a falta de produtividade na educação é que os professores gastam enorme tempo em sala de aula em discursos políticos, geralmente defendendo o comunismo/socialismo e as causas de seu sindicato, em vez de ensinar de forma criativa os conteúdos de sua disciplina. Enquanto estive no ensino médio, os professores chegaram a chamar um cubano para enaltecer a ditadura genocida de Fidel Castro. Esses mesmos professores faziam religiosamente uma greve por ano. Na maior delas fiquei mais de 40 dias úteis sem aula.
Todo esse tempo perdido, ao longo dos anos, acaba tempo um significativo peso na formação (ou falta dela) que os jovens levam para sua vida adulta. A falta de qualidade dos professores impede o acesso a muitos a educação superior. Para tentar “sanar” os danos de professores ineficientes, o Estado cria cotas raciais que só criam mais problemas. Porque as cotas raciais acabam criando um conflito racial – até uma segregação cultural – num país com histórica boa convivência entre diferentes etnias.                           
Os professores gastam tempo em discursos ideológicos muitas vezes porque não dominam nem os conteúdos de sua especialidade. Numa pesquisa recente se constatou que 90% dos professores do ensino fundamental acertaram menos de 60% das questões de uma prova avaliativa a que 12000 profissionais da educação foram submetidos. Ou seja, se os professores fossem alunos, 90% teriam reprovado de ano. (1) Como comentei em meu artigo anterior, sobre a greve na UFSC, o problema se inicia nas próprias universidades federais, que desde a ditadura têm se tornado verdadeiros feudos de comunistas, a propagar os estragos da revolução marxista por toda a “cultura” nacional. Formados no marxismo, e não na ciência, os professores vão para a sala de aula dar aula de marxismo cultural, e não de ciência. Esse é o centro da questão.
A solução da educação brasileira está no fim da estabilidade no emprego dos professores da escola pública. Também deve ser criado um sistema de avaliação como o da OAB para a concessão de diplomas de licenciatura. Devem ser criados rigorosos meios de avaliação periódica dos professores para averiguar o nível de seus conhecimentos. O desemenho dos alunos também deve ser avaliado. Isso instauraria na educação a meritocracia. Os professores que tivessem mais conhecimentos e melhor desempenho intelectual ganhariam mais, e teria benefícios para continuar seus estudos em nível de pós-graduação. Os que reprovassem deveriam ser encaminhados a cursos de aperfeiçoamento. Se seu desempenho não melhorasse com o tempo, deveria ser severamente punido. Pois quando o professor não é punido, os punidos são os alunos, que não entram para uma boa universidade, ficando assim impedidos de ascender socialmente.          
Uma profunda reestruturação da educação brasileira é necessária se queremos entrar para o grupo das nações desenvolvidas social, cultural e economicamente. Só um sistema educacional baseado na meritocracia nos tirará do estado de barbárie e esquizofrenia coletiva em que mergulha o Brasil atual.
Referência:
BORGES, Helena. Quando a conta fecha. Veja, edição 2275, 27 de junho de 2012, p. 126-127.

Leia também:

UFSC em greve


Capitalismo versus ambientalismo

A verdade sobre a vacina contra a gripe

quinta-feira, 28 de junho de 2012

UFSC em greve

Antonio Pinho

Quem não sabe que o Brasil é o país das greves? Não são incomuns as épocas em que aqui tudo para: os ônibus, os correios, a saúde, as escolas, as faculdades... Após a nova onda grevista nas universidades públicas tomar conta de boa parte do país, chega a vez da UFSC. É uma surpresa? Não, absolutamente não. Quando eu soube que a decisão pela greve iria à votação entre os professores, eu já tinha a certeza do resultado: vai ter greve. Só mesmo uma pessoa muito inocente para achar que, neste país de privilégios, em que cada um só pensa em seu próprio umbigo, que os professores colocariam os interesses dos alunos – a causa pela qual a universidade existe – acima dos seus.

Nós alunos temos que ter uma coisa bem em mente: os professores são pagos com os impostos do povo, para que nós tenhamos uma educação de excelência, para amanhã levar esse país adiante. Logo, os professores são nossos empregados. Estão lá para nos ensinar algo útil para o bem da sociedade, e para nosso próprio bem. Esta é a questão central. Ocorre que este pensamento só passa na mente de alguns professores solitários, essas raridades que ainda pensam na educação, e não em seus salários.

Durante minha graduação cheguei a ouvir uma professora reclamar, em sala de aula, de seu salário. Ironicamente, esta professora foi a pior que tive. Cheguei a comentar com um amigo que todo salário que ia para o bolso daquela mulher era puro desperdício de dinheiro público. Por outro lado, já na pós-graduação ouvi outro professor mais sincero falar que no governo do PT nunca os professores universitários tiveram tanto dinheiro. De fato, nossos ilustres “doutores” têm dinheiro para viajar a Paris ou Nova Iorque todo ano, ter uma bela casa na praia e um palacete num bairro de elite. Não há mentiras nisso, pois vejo isso todos os dias na UFSC.  Estão preocupados com suas vaidades intelectuais, e não na pesquisa e ensino de coisas realmente úteis a sociedade.

Isso é mais grave nas ciências humanas. Na verdade temos duas universidades, uma que desenvolve tecnologia de ponta, forma empresas e quadros qualificados para a iniciativa privada; e outra, a das “ciências” humanas que se perde em divagações sem fim, e nada devolve para a sociedade. A primeira universidade desenvolve a nação economicamente, a segunda faz o desserviço de deformar a mente de nossas novas gerações de “intelectuais”, formando-as unicamente para o serviço da revolução marxista. Os altos salários dos cientistas da primeira universidade são bem merecidos, os da segunda são puro desperdício de verba pública.

Faço aqui uma auto-crítica, pois também sou das ciências humanas. O que se passa na mente da primeira universidade? Desenvolver tecnologia, registrar patentes, formar engenheiros que criarão suas empresas, nas quais se gerará riquezas para a nação, formar profissionais qualificados para o mercado de trabalho na iniciativa privada, etc. Na mente desta universidade, a carreira de professor universitário é só mais uma dentre tantas outras opções. E o que se passa na mente da segunda universidade? O puro carreirismo. Querem é só tirar seu doutorado, o mais rápido possível, para logo poder fazer um concurso – numa universidade federal, é claro – e entrar para a “elite”, viajar para a Europa, ter casa na praia e morar num palacete. Estes são os que sugam volumosas verbas dos cofres públicos, e praticamente nada dão de retorno benéfico à nação.

Vejamos, na prática, o descalabro que as ciências humanas são no Brasil.

O que mais se faz em cursos de ciências humanas é criticar a educação, que ela é péssima na atualidade. Só que nunca vêem que os professores que dão aula no primário e no ensino médio saem de suas salas de aula com precária formação. O mal da educação no Brasil tem seu início na academia, e não nos baixos salários pagos pelo governo aos professores.

Se nossos ilustres “doutores” das ciências humanas querem salários maiores, então que façam algo de útil a nação. Em primeiro lugar dando ensino de qualidade aos futuros professores, dando-lhes acesso a alta cultura ocidental, e não gastando tempo em divagações marxistas, que não chegam a lugar nenhum.

A impregnação do marxismo em todas as ciências humanas é o grande mal da educação brasileira. Os professores saem da academia saturados de Marx, e na sala de aula ensinam para as crianças como Cuba é uma nação rica e linda, e como o capitalismo é o mal supremo na Terra. Só que esses professores se esquecem de dizer que o comunismo matou mais de 100 milhões de pessoas no século XX, que sempre que se coloca Marx em prática os resultados obtidos são totalitarismos, guerras, genocídios, perseguições... Mesmo assim, ainda hoje dão o Manifesto do Partido Comunista para que os alunos de pedagogia leiam na primeira fase, como introdução à pedagogia decadente de Paulo Freire, puro comunismo cultural.

A filosofia,  a história, a literatura e a sociologia também estão no mesmo caos. Os “doutores” só estão interessados em ensinar Marx e seus discípulos: Althusser, Michel Foucault, Eric Hobsbawm, Adorno, Antonio Gramsci, Horkheimer, Walter Benjamin, Deleuze, Derrida, Slavoj Žižek e todo o resto da turma. Em qualquer ciência humana esses são os autores lidos, puro marxismo. Geralmente não se dá uma segunda opção ao aluno fora desse quadro teórico. No próprio curso de Letras que fiz, havia um semestre todo só pra estudar teoria literária marxista, sem contar os outros semestres nos quais os autores lidos estão nesta lista acima. Essa saturação de marxismo, na academia, me afastou da literatura. Procurei a linguística, pois nela é mais tranquilo escapar dos marxistas, e há um campo de estudo realmente científico e sério, fora de ideologias de esquerda. Mesmo assim, na linguística são muito fortes a Análise de Discurso e a Sociolinguistica de Marcos Bagno. O trabalho de deformação de Marcos Bagno é que resultou em toda aquela polêmica dos livros didático que ensinavam o quão correto é falar “os meu amigo foi trabaiá onti”. Na Análise de Discurso francesa, nenhum livro de introdução a esta disciplina nega sua filiação teórica ao marxismo, pois lê-se Althusser e Michel Foucault como grandes inspiradores desta área de “estudos”. Ironicamente Althusser morreu totalmente louco, Michel Foucault fez tanta suruba que pegou uma AIDS e morreu. Creio que as surubas de Michel Foucault tinham um motivo cientifico. É possivel que ele tenha ido a campo para colher dados para sua história da sexualidade.

São essas ilustres figuras filosóficas, de impecável índole, que estão “formando” a mente de nossas novas gerações de “intelectuais”. E essa decadência intelectual na academia resulta numa decadência da educação das crianças e adolescentes. É óbvio que as ciências humanas são fundamentais na sociedade, cuja função primeira é permitir que a sociedade reflita sobre si mesma, seus rumos e significados. Da salutar reflexão intelectual, detectamos os problemas sociais e partimos para ação, no sentido de sua resolução, resultando  na evolução da sociedade para a melhor. Mas o que vemos é que esse trabalho de deformação cultura, operado pelo marxismo, resulta na própria destruição da alta cultura, o que gera, no fim das contas, a bárbarie social: altos índices de mortes no trânsito, 50 mil assassinatos por ano, crescentes índices de suícidio, infanticídio, aborto e pedofilia...

Quando a alta cultura entra em declídio, a sociedade entra em estado de barbárie. Por isso tudo, os nossos ilustres doutores de ciências humanas da UFSC, e das outras universidades públicas, não têm o mínimo direito a greve, no atual momento histórico. Seus salários são bem altos, muito mais altos que os pagos na iniciativa privada, na qual na maior parte das vezes não são aceitos, por isso se refugiam no Estado. Fora do Estado não sobrevivem. O pior é saber que as enormes verbas públicas, que vão para os bolsos desses “doutores”, nenhum retorno dão ao desenvolvimento da sociedade. Muito pelo contrário, o Estado os paga para emburrecerem as novas gerações, domesticando-as, bestializando-as.


segunda-feira, 18 de junho de 2012

Capitalismo versus ambientalismo

Antonio Pinho

Enquanto o Rio de Janeiro se torna a capital mundial dos eco-chatos da ONU, que lutam pelo fim da era industrial, na reunião da Rio+20, temos que parar pra pensar e ver que o ambientalismo, em sua versão mais radical, pode ser ruim para a humanidade num futuro não tão distante. No fundo, temos que ver que governo mundial pelo qual a ONU luta, o comunismo, a revolução e o ambientalismo são todas faces de uma mesma intenção: a destruição do capitalismo e das democracias ocidentais.

A revolução marxista internacional, no seu atual estágio, apóia-se em três pilares fundamentais para a deformação da sociedade: o hedonismo individualista, o feminismo militante e o ambientalismo a nível mundial.
As mentiras da ONU na Rio+20 fazem parte do processo revolucionário levado a diante pelos agentes do comunismo universal. Temos que ter em mente que o processo revolucionário dos últimos três séculos tem agentes em comum, que operam nos bastidores da história, com influência política e financeira. As mesmas dinastias de banqueiros dos séculos XVIII e XIX ainda existem e têm ilimitados recursos financeiros. Dominam a indústria do petróleo e outros ramos centrais da economia global. Essas dinastias são célebres por apoiarem e financiarem todo tipo de movimento revolucionário, desde a Revolução Francesa.  
No limite, o movimento revolucionário – que cada vez mais expande seus tentáculos de poder pelo mundo afora – pretende claramente a destruição da civilização ocidental cristã, para a instauração de uma civilização globalizada (governo mundial), no campo político, e panteísta, no campo religioso. Tal empreitada faz-se por meio de ataques à velha ordem das soberanias nacionais, destruindo seus pilares: a pátria, a família e a religião.
Dos ataques à religião nem é necessário se falar muito, basta ligar o rádio ou a TV para ver um contínuo e explícito ataque às tradições cristãs. A literatura faz grandes estragos neste ataque. O código da Vince levou muitos a duvidarem e se afastarem de igrejas cristãs. A programação da TV nunca foi tão anticristã como nos anos 90 e 2000.
O feminismo, por sua vez, tem como alvo a destruição da família. A mulher é privada de sua liberdade entre a escolha de cuidar dos filhos, ou optar pelo mercado de trabalho. Sobra só uma opção autoritária: o trabalho. Com os baixos salários de seus maridos, as mulheres são obrigadas a trabalhar fora, para a manutenção do nível de vida da família. Seus filhos são educados (deformados) pelo sistema de ensino estatal de baixa qualidade, na qual as crianças são levadas a não mais respeitar a autoridade e as tradições familiares.
Nada mais claro na atualidade que a promoção generalizada do hedonismo pelos meios da mídia corporativa e da cultura: filmes, séries de TV, novelas, clipes musicais, concursos de beleza, campanhas publicitárias, educação sexual na escola, campanhas de distribuição de preservativos no carnaval, paradas gay, consumo de drogas, etc..  Hedonismo é a mais eficiente arma psicológica a destruir a liberdade individual. O sujeito algemado a vícios de drogas e de sexo acaba tendo uma enorme limitação no seu espectro de liberdade de escolhas. Os vícios lhe impossibilitam ter uma alma serena na qual se possa refletir sobre a realidade e as melhores opções para sua vida, a longo prazo. Isso porque o hedonismo leva ao imediatismo.  
O hedonismo deforma a alma dos sujeitos, pois lhes tira do campo de visão as questões fundamentais da vida – família, trabalho, religião, política – para que sua mente se ocupe, desproporcionalmente, com questões muito menores, como do cuidado do prazer do corpo. O comunismo quer sujeitos assim, roubados na sua liberdade individual, e sem o devido senso de realidade e das proporções. Ora, o comunismo tem uma lógica interna que é a própria inversão da realidade. Uma mente que raciocina dentro da lógica comunista não é capaz de ter a devida apreensão da realidade. Seus fundamentos históricos e filosóficos são falhos, e isso faz deformar toda a visão de mundo que tem o comunismo (marxismo) como campo teórico.  
Escrevi num artigo recente que sujeitos algemados a vícios não têm condições psicológicas para lutar contra um sistema político opressor. Pois como sua alma vai lutar por liberdade política, se já está aprisionada numa prisão psicológica? As elites intelectuais da esquerda sabem disso, e se utilizam da promoção do hedonismo cultural para a domesticação das massas. E os cartéis internacionais do tráfico de drogas fazem o resto,  intoxicando a juventude, tirando-lhe a saúde mental e física.
A cultura pop atua como arma psicológica na qual a aceitação da droga e do hedonismo são levadas à mente do jovem como entretenimento sem aparentes grandes consequências. O jovem que absorve essa “cultura” artificial e alienante acaba por perder contado com a cultura herdada por seus pais e avós. Morre a tradição.  
Mas a mais poderosa arma do comunismo, em sua fase atual, é o ambientalismo radical. Com ele fazem-nos crer que o capitalismo e a livre iniciativa estão destruindo o planeta. Portanto, é necessário um poder político cada vez mais centralizado, onipresente e onipotente para controlar a indústria e as trocas comerciais. O objetivo, a longo prazo, é baixar o padrão de vida da classe média nas regiões desenvolvidas da terra, fazendo a economia ter crescimento zero. Isso eles vão tentar conseguir com um estado altamente centralizado e poderoso, capaz de limitar a liberdade das indústrias. O imposto pelo carbono emitido já é parte disso. Sem a liberdade para produzir serão perdidos grande parte dos empregos qualificados, o que gera retrocesso no padrão de vida. Não haverá produção industrial em larga escala, nem mercado consumidor. Outro problema é a energia. Os obstáculos criados pelos ambientalistas à energia nuclear são altamente danosos para o desenvolvimento da indústria, portanto, para a economia. O fato é que o futuro do capitalismo depende cada vez mais de energia em abundância. E a energia nuclear tem a vantagem de ser mais limpa que a energia de combustíveis fósseis. Atualmente já há pesquisas no sentido de dar um destino mais limpo e ecológico aos resíduos das usinas nucleares. No futuro o desenvolvimento tecnológico vai minimizar bastante o impacto na energia nuclear. Ela pode ser uma ferramenta a desenvolver a economia de todas as nações, e erradicar a extrema pobreza na África, América Latina e Ásia. Com abundante energia para as indústrias, mais empregos são gerados, sobe o padrão de vida, aumenta-se o consumo e os produtos tornam-se mais baratos. A ciência pode ajudar na criação de produtos que usem matérias-primas mais baratas, abundantes na natureza e biodegradáveis. Todos ganham com o capitalismo, a democracia e o desenvolvimento tecnológico voltado ao bem-estar de todos os humanos. 
A lógica do capitalismo é inversa a do ambientalismo, e a do ambientalismo é totalmente comunista. Porque quanto maior é a oferta e produção de mercadorias, mais empregos são criados, mais fábricas se abrem, e a economia cresce e se desenvolve, fortalecendo e expandindo as bases do capitalismo no mundo. O capitalismo saudável não sobrevive sem liberdade individual e para as trocas comerciais. Os donos das indústrias devem estar livres para produzir e vender, e o povo deve ser livre para buscar sua própria prosperidade material e espiritual. Para tanto, a democracia é a base. Os totalitarismos levam ao empobrecimento generalizado da população operária, a mesma classe que o comunismo diz defender.
É um fato mais que comprovado que o comunismo é um movimento de elites bancárias e petrolíferas. Foram essas elites que financiaram a revolução na Rússia, em 1917 (1). Foram as grandes indústrias que também financiaram a ascensão do nacional-socialismo na Alemanha, que se dizia um movimento político popular. Nada mais falso do que dizer que as revoluções são movimentos de um povo descontente, porque é sempre o povo que sofre com as revoluções.
Os totalitarismos, uma vez no poder, não visam defender as massas, mas os grupos financeiros que apoiaram a tomada do poder, pois a base do totalitarismo é a falta de concorrência de mercado, ou seja, o monopólio. No monopólio, os lucros dos donos do poder econômico são astronômicos. Com isso o poder das elites financeiras torna-se gigantesco. Por outro lado, a lógica do capitalismo é justamente oposta a do comunismo: democracia, livre concorrência e poder descentralizado.
Mas os pensadores comunistas contemporâneos não defendem mais assaltos revolucionários ao poder, como na Rússia em 1917. Defendem sim mudar a face do capitalismo gradativamente, por dentro. Viram pela experiência das revoluções que esta tática é mais eficaz, pois é uma revolução silenciosa. Uma das principais armas é a guerra cultural, como falado acima: a cultura pop, as drogas, o hedonismo, a destruição da família, etc. Os comunistas atacam em várias frentes a cultura ocidental para ir modificando-a aos poucos, de geração em geração, para que os efeitos não sejam sentidos drasticamente, não gerando resistências violentas à revolução. Esta tática deve ser mais estudada pelos conservadores, para poderem construir novas formas de defesa contra a revolução/destruição da atual ordem capitalista.     
Quem defende a transformação do capitalismo em comunismo, gradualmente, por dentro, é o pensador marxista contemporâneo Žižec, num recente artigo (2). (Por acaso, ou nem tanto, é impressionante como Žižec tem sido estudado pelas esquerdas no ocidente, principalmente no Brasil, dentro das ciências humanas.) O principal argumento do comunismo é o poder de auto-destruição da indústria capitalista. Defendem que há uma catástrofe ambiental que pode destruir a humanidade, ou pelo menos destruir a civilização como a conhecemos. Por isso Žižec vê que o ambientalismo é ideal como forma de luta contra o capitalismo.
A base científica desse argumento é falha, pois não se comprovou até hoje a existência de uma catástrofe ambiental a nível global. Mesmo porque grande parte do planeta é formada por água, como todos sabemos, parte sobre a qual o poder de atuação do homem se limita muito. Nas poucas regiões secas, a atuação do homem pode criar desequilíbrios ecológicos localizados, mas nunca algo global, que possa nos destruir. Esta afirmação é defendida por climatologistas renomados, como o professor Luiz Carlos Molion (3). O problema é que, em matéria de clima, há muito interesse dos revolucionários comunistas pela destruição da atual ordem. Eles financiam muitas pesquisas e institutos que não têm um sério compromisso com a verdade, mas apenas em dar uma “credibilidade científica" para a tese falsa do aquecimento global. Infelizmente há muitos cientistas que, para receber gordas verbas de pesquisa, se corrompem e manipulam os dados para confirmar o aquecimento global, e o derretimento das calotas polares. A teoria do aquecimento global é totalmente errada, sem comprovação empírica. O professor Molion, numa entrevista que deu certa vez a Band, relatou que, na verdade, estamos entrando numa pequena nova era glacial. Sendo assim, as temperaturas médias, na verdade, estão diminuindo, e não aumentando. Há pouco tempo se descobriu que a área das calotas polares está aumentando. O professor Molion ainda disse que era preferível para humanidade um aquecimento do planeta. Pois, com o aquecimento, as regiões que hoje não servem a agricultura, por causa do frio, tornar-se-iam terras produtivas.   
De fato, nos últimos anos, tenho percebido que o tempo tem ficado mais frio, do que na década de 90. Mas há todo um complexo aparato de poder econômico e financeiro para ocultar a verdade das pessoas, e impor uma mentira sobre o clima da Terra. A ciência de verdade, por outro lado, contesta a tese do aquecimento global.
Se queremos salvar o planeta a longo prazo (se ele de fato estivesse em perigo), devemos incentivar o capitalismo, a democracia e o desenvolvimento tecnológico. Só um capitalismo baseado no comércio e na indústria pode gerar riquezas para elevar o padrão de vida médio de todos os habitantes da Terra. As pessoas com mais recursos poderão estudar mais, e se dedicar mais à ciência. Partes significativas das riquezas geradas pelo capitalismo devem ser direcionadas ao desenvolvimento tecnológico e a educação. É com mais escolarização de qualidade e ciência de ponta que salvaremos a natureza, e não destruindo o capitalismo.
É com um planeta populoso e com elevada tecnologia que a humanidade terá condições para sobreviver, pois quanto maior é a população, mais riqueza se produz, e mais recursos podem ser empregados em ciência. Se muitos se dedicarem a ciência (muitos mais que atualmente), logo o conhecimento chegará a níveis inimagináveis para quem vive hoje. Com esse conhecimento podemos criar um meio ambiente melhor, baratear a produção de alimentos, aumentando-a. Isso acabaria com a fome no mundo. Com elevadíssima tecnologia podemos até iniciar colônias na lua, e depois em Marte. Os cientistas do futuro vão planejar como alterar a atmosfera de Marte para receber humanos, animais e plantas. Mas para isso a população deve crescer, e o conhecimento aumentar. Isso só será possível aumentando-se a democracia, a liberdade individual e a liberdade de produção e comércio de mercadorias, dentro do capitalismo.
Infelizmente, o ambientalismo radical pode tirar essas magníficas esperanças do horizonte da humanidade. Se o comunismo vencer, não haverá nada disso que descrevia no último parágrafo. A economia se estagnará, bem como o desenvolvimento tecnológico, pela falta de concorrência entre empresas. Essas conclusões tiramos com base na experiência soviética. Descobriu-se que, na verdade, boa parte da tecnologia soviética vinha dos EUA, a maior democracia capitalista.    
O movimento ambientalista, dentro dessa lógica, é danoso ao bem comum da humanidade, podendo gerar um retrocesso em matéria de civilização e ciência. Por isso tudo, temos que ser radicalmente contrários a toda forma de comunismo, que sempre promove totalitarismos e opressão, quando posto em prática. Temos que ser também críticos severos do ambientalismo, a principal causa defendida pelo comunismo no século XXI.                  

Referências:
(1) SUTTON, Antony. Wall Street y los Bolcheviques. Disponivel em http://www.laeditorialvirtual.com.ar/Pages/Sutton_Anthony/WallStreet/WallStreet_00A_Tapa.html 
(2) ŽIŽEC, S. A verdadeira utopia. In: Guias de filosofia: Karl Marx, Ed. Escala, vol. 2, p. 72-78, 2012.

(3) MOLION, Luiz Carlos. Entrevista no Canal Livre (TV Bandeirantes): Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=JxC_JIwat9s 

terça-feira, 12 de junho de 2012

Novo Vírus: cachoerumba

Antonio Pinho

Na minha infância, por sorte não tive caxumba. Hoje, se eu fosse político, e se Carlos Cachoeira tivesse só citado meu nome entre um telefonema e outro, eu estaria agora sofrendo de uma nova e fatal doença: a cachoerumba. Efeitos colaterais: difamação, depressão, demonização pública, cassação do mantado político etc... Por sorte não sou político, e nem Carlos Cachoeira saiba que existo, que lá no Sul tem um maluco que ainda sé dá ao trabalho de falar da esquizofrenia coletiva de que sofre Brasília. Demóstenes Torres foi pego com tudo por esse vírus. Atualmente, defender Demóstenes pode parecer coisa de maluco. Bom... prefiro minha loucura sadia que a esquizofrenia criminosa que reina no planalto central.
Esquizofrenia coletiva: a expressão é dura, mas é a pura verdade. A situação política atual chegou ao nível do esquizofrênico. Os primeiros sintomas foram Lula dizer que nada viu e ouviu de um tal de mensalão, no qual todo mundo mamava às portas do palácio presidencial – e depois iam falar com a divindade barbada ainda com aquele bigodinho de leite sobre os lábios superiores. Mas o senhor Lula, do alto de sua quase divindade, nunca viu... Ora, os deuses não são onipresentes e oniscientes?   
A esquizofrenia política atual está causando alucinações coletivas. Qualquer um que foi citado nas falas de Cachoeira, nos três anos de gravações, agora foi para a UTI da política, ou melhor a CPI, por causa das complicações da uma tal de doença chamada cachoerumba.   
A CPI do PT, todos sabem, foi criada criminosamente para dar um fim aos malditos “conservadores de direita” – os únicos que ainda se opõe ao comunismo, em sua variante ao gosto Hugo Chávez. O que não podemos chegar aqui é esse nefasto comunismo que bate às portas. A Venezuela está cada vez mais miserável, ou melhor, cada vez mais parecida com Cuba, o paraíso terreno de todas as esquerdas latino-americanas. Essa maldita CPI elevou Cachoeira à condição de um vírus, basta ser tocado por ele para entrar numa fria.
Socorro! Quero sair do Brasil!!! esse covil de loucos...

O que faltou dizer:
São cada fez mais numerosos os brasileiros que estão se exilando voluntariamente (ou não). Diogo Mainardi foi para a Itália, após ter sofrido até ameaças de morte por parte do grupo terrorista MR8. Julio Severo se mandou do Brasil por estar sendo perseguido por grupos gays, e agora ninguém sabe ao certo por onde ele anda. Olavo de Carvalho, nosso maior filósofo, encontra-se nos EUA, por não mais agüentar essa loucura coletiva que virou o Brasil. As mentes ainda lúcidas dessa nação não suportam mais tudo isso aqui.

sábado, 9 de junho de 2012

Prometeu

 Heinrich Fueger (1817) – Prometheus brings fire to mankind

Prometeu,

Tu que, enfrentando a soberba e etérea miríade,
roubaste dos deuses a sagrada chama,
dai-nos de tua luz um pouco.
Prometeu, também deidade és
Tua sina é acorrentado ficar.
primeiro deicida, primeiro homem.
Nas profundezas do orco vais descansar.
Nós, filhos teus, acorrentados também estamos.
Acorrentados a corpos corruptíveis e mortais.
Estas são causas de todas nossas misérias.
Após esta vida, efêmera fagulha,

no esquecimento e no consolo da morte iremos acabar.

Antonio Pinho
4/04/2012

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Poema em prosa I – Diálogo com o Portador da Luz



Vapores infernais ascenderam do fogo eterno, e invadiram minha mente, como morcegos em revolta, voando numa caverna obscura e fria ao meu encontro, voando como sombras negras ao meu redor.
Um demônio especial apareceu-me, estendeu-me a mão, nela havia um belíssimo objeto que me atraia – como bela canção –, um punhal de ouro e prata adornado com diamantes. O demônio era um ser belíssimo, repleto de luz e poder.
Ele falou-me: “Tome teu presente, este punhal te dou.” Senti-me atraído, queria pegá-lo, ter aquele objeto tão belo ao meu poder. O ser de luz me disse mais: “tome-o e use-o em ti. Ceifa tua vida miserável e solitária, pois nada és, venha para outra vida melhor ao meu lado, para todo o sempre, pois te espero, meu amigo.”
Porém respondi-lhe: “amigo meu não és. Meus amigos verdadeiros querem minha vida, minha boa-aventurança. És anjo da destruição, és todo mal deste mundo personificado. És morte e destruição. És trevas e maldição. Vai-te para longe de mim. Vai-te às fossas infernais. Lá é teu lar.

Antonio Pinho

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Maconheiros no campus da UFSC

Antonio Pinho
Num dia desses, eu saía do restaurante universitário da UFSC, e recebi um panfleto. Ao olhá-lo leio: “Marcha da maconha, vamos legalizar? Legalizada pelo STF.” Na hora o sangue me subiu à cabeça e encarei o sujeito que estava cometendo este crime. Em tom alterado de voz, falei que isso é veneno, que é crime, e outras coisas que as normas da etiqueta me impedem de escrever, mas que o leitor deve imaginar. O cara ficou sem reação. Simplesmente não teve a coragem de argumentar comigo sobre o quão belo é fumar maconha e consumir outras drogas. Não argumentou, porque a mentira e o crime não sabem usar a lógica. Mentirosos geralmente não sabem argumentar, não conhecem a arte platônica da dialética, por meio da qual chegamos à verdade, com o uso da lógica e da razão, por meio do diálogo. A arma dos mentirosos é a mentira deslavada. Quando a mentira não pega, o plano B é inevitavelmente a violência.
O marxismo conhece isso bem. Quando as mentiras de seus revolucionários não colam, pegam nas armas, e matam todos de discordam do partidão vermelho. É sempre assim.
Ao me distanciar daquele maconheiro, logo liguei para a polícia e falei com a guarda do campus, como o primeiro que recebeu esse panfleto deveria ter feito e não fez. Não deu tempo de a polícia chegar – e no fim ela nem veio. Os caras eram uns covardes. Ficaram com medo da minha reação, tanto que dez minutos depois voltei, para ver se a polícia chegaria, e os maconheiros tinham ido sem deixar rastro. Fiz o que achei certo, confesso que na hora nem pensei, pois havia  o risco de eu ter sido agredido por eles. Fiquei tão indignado que logo fui para cima e falei a verdade na cara do fulano.
Creio que a verdade venceu a mentira naquele dia, como é sempre. No fim de tudo nesse mundo, ao final do baile, as máscaras caem e só sobra a verdade nua e crua. A máscara do nazismo caiu, a do comunismo caiu, a do Bush caiu, a do Obama caiu. As máscaras dos maconheiros e do gayzismo também vão cair. Ou melhor, já caíram.     
Coleman, no livro O comitê dos 300, fala da relação da Nova Ordem Mundial com a total liberação das drogas. Está tudo dentro da mesma agenda revolucionária. A total liberação das drogas vai ocorrer nas próximas décadas. Uma população com altas taxas de drogados é facilmente manipulada. O alcoolismo na União Soviética tinha o mesmo efeito – o álcool como arma psicológica de dominação do povo.
Um sujeito preso a um vício, não vai ter mente a se preocupar em se revoltar contra um governo autoritário. Os comunistas sabem disso, tanto que todos os partidos comunistas, de PSOL e PSTU a PT, defendem religiosamente a mesma cartilha: droga e sexo para todos. Uma população amarrada ao vício do sexo e das drogas está totalmente domesticada e submissa. A verdadeira liberdade é justamente o contrário, a velha e boa fórmula socrática: a temperança. “Nossa! Temperança, que palavra é essa?” deve alguém agora se perguntar. De fato, na minha vida toda, nunca vi uma pessoa perto de mim usá-la. Temperança virou um arcaísmo no vocabulário da língua portuguesa. Portanto, convido todos que me lêem a irem ao Aurélio ou ao Houaiss, e darem uma estudada nos vários sentidos desta sagrada palavra. Ela tem que ressuscitar do reino dos mortos vocábulos. Se sei o que é temperança, devo isso a leituras de Platão.    
Ah! E a marcha da maconha? A data que estava no panfleto já passou, e onde estão os maconheiros? Não vi nenhuma grande passeata de maconheiros lutando por seus “direitos”. Ao contrário do STF, o povo desse país ainda é conservador e pensa certo sobre esse assunto.
Em vez de marcha da maconha, façamos uma marcha pela cultura nacional, para que esse povo receba do Estado uma educação pública de verdade. Está na hora.