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sábado, 25 de janeiro de 2014

Os delírios de Lola: por que o feminismo é coisa de baranga desocupada

Antonio Pinho

lola e boo

Demorei para escrever uma resposta, mas enfim aqui está ela. Final do ano passado Lola escreveu um artigo comentando os fatos recentemente ocorridos na UFSC, bem como e em outras universidades em que têm surgido certos “ventos de conservadorismo”. Seu texto tem como título “o que acontece quando a direita ganha poder no meio estudantil”, e cita a UFSC Conservadora, colocando até um print de uma postagem minha no grupo da UFSC do facebook.  Para falar a verdade, eu não sabia quem era essa tal Lola, até vir a luz esse tal artigo. Pelo visto ela me conhecia virtualmente bem antes de eu ter tido a infelicidade de ler seu texto. Ossos do ofício: como fui citado, tive que ler, e agora escrevo minha resposta. O caso é exemplar e merece ser registrado.

Lola admite que a esquerda tem a hegemonia na universidade, apesar de negar que tal hegemonia também exista na mídia: “A maior parte dos movimentos estudantis nas universidades é de esquerda, sem dúvida”. E isso é verdade. Lola parece muito bem informada do que ocorre no meio da política universitária, o que demonstra que ela tem uma ampla rede de contatos a alimentá-la com os mais recentes fatos ocorridos no meio universitário brasileiro.

Dizem que ela é a grande representante do feminismo nacional. De minha parte, não sabia de sua existência. Ela demonstra ter um grande ego ao afirmar que “todo reaça conhece minha militância”. Agora, de fato, eu a conheço, mas prefiro dedicar meu tempo lendo coisas melhores e de valor literário elevado – ler os clássicos da alta cultura – a ter que acompanhar os artigos que Lola publica em seu blog. Sua escrita é extremamente pobre, seja do ponto de vista gramatical (no qual ela muito erra) ou do ponto de vista do conteúdo, até mesmo da lógica. (Nota importante: ela é doutora na área de Letras, e pela UFSC.)

Lola coletou, com sua rede de contatos, vários fatos ocorridos no meio universitário, em 2013, e logo formulou uma grande teoria: “é tudo combinado!”. Sua teoria da conspiração articula todo mundo num megacomplô da direita nacional: a Veja, Olavo de Carvalho, Lobão, Danilo Gentili, TFP, o DCE de direita da UFRGS, a UFSC Conservadora, Igor (estudante da UFSC acusado pela reitoria de racismo), etc. Todos esses estariam bem unidos e articulados para lutar contra a esquerda. E mais: segundo ela afirma, são todos neonazistas, é claro. Como diz Lola, “estamos todos combinando tudo isso”. O que eu posso dizer sobre isso? Apenas que é um grande delírio de Lola. Talvez mais um dentre tantos outros delírios. Só sei por que não tenho saco nem tempo sobrando para jogar fora lendo a magnífica obra escrita de Lola, em sua destemida luta pelos fracos e oprimidos.

Lola supôs haver um vínculo entre a UFSCon (UFSC Conservadora) e a TFP (Tradição, Família e Propriedade). Em sua genialidade viu uma semelhança entre o símbolo da TFP e o da UFSCon. Eu sou o fundador da UFSCon, e posso afirmar com toda segurança: isso é um delírio puro e simples. Ela se apegou a uma fortuita semelhança entre símbolos, e já formulou uma rede de influências articuladas politicamente numa luta contra a esquerda. Eu não tenho nenhum amigo pessoal que seja da TFP, e não há nenhuma relação entre ela e a UFSC Conservadora. O máximo que me vincula a TFP é uma foto com Dom Bertrand, príncipe da Casa Imperial do Brasil, por ocasião do lançamento do livro Psicose Ambientalista em Florianópolis . E até mais: eu nem sabia que havia essa semelhança nos símbolos da UFSCon e da TFP. Isso foi mera coincidência, que nas mãos de histéricos transforma-se numa grande conspiração.

eu e dom bertrand
Lola também acusa-nos de ter ligações com grupos neonazistas e fascistas. É a velha acusação da esquerda contra qualquer um que se declare conservador. Ela diz isso porque afirma que há ligação entre a UFSC Conservadora e “certo integralista” da universidade, supondo que integralismo é igual neonazismo, o que não tem mínimo fundamento histórico. Ela não citou o nome, mas está se referindo claramente ao Marcelo Carvalho, professor do departamento de matemática da UFSC, com doutorado em Física no Brasil e em Matemática no Japão, e com artigos científicos publicados em periódicos estrangeiros. O professor Marcelo de fato é integralista assumido. Ele não esconde isso de ninguém. O fato é que Lola e os demais esquerdopatas dizem que houve uma articulação dos integralistas, via Marcelo Carvalho, com a UFSC Conservadora, na organização de uma manifestação contra a vinda do terrorista Cesare Battisti, que daria uma palestra num evento esquerdista na UFSC.

A organização desta palestra com o terrorista gerou repercussão a nível nacional, sendo notícia nos grandes meios de comunicação. A UFSC saiu extremamente desmoralizada no caso, e foi punida na justiça a devolver o dinheiro gasto no evento. Publicamos, alguns dias antes da palestra, um vídeo no qual é feito um convite para a manifestação que estávamos organizando. Esse vídeo acabou tendo grande repercussão e chegou a ser reproduzido em matérias da Band de Santa Catarina. A organização de uma manifestação contra a vinda do terrorista a universidade chegou ao conhecimento da cúpula nacional do PT, e na véspera da palestra o senador Eduardo Suplicy recomendou pessoalmente a Battisti que ele não viesse a Santa Catarina dar a polêmica palestra, que no fim das contas acabou não ocorrendo. Mesmo assim fizemos a manifestação diante da reitoria da UFSC, tendo como grande momento a queima das bandeiras do comunismo e do PT. Os conservadores do Brasil estão sim saindo do armário, mas ao contrário do que vê Lola, até agora são casos isolados.

Eu não conhecia o Marcelo Carvalho, portanto, era totalmente impossível que integralistas estivessem envolvidos na manifestação. Uma matéria no site esquerdista CMI já tinha afirmado que Marcelo Carvalho estava envolvido na organização da manifestação, o que é mentira. Eu conheci Marcelo pessoalmente só após a manifestação. Eu costumo dizer que a esquerda da UFSC construiu sua própria oposição.

Não havia um movimento conservador organizado na UFSC antes de 2013. O que havia era indivíduos isolados que faziam o que era possível contra a crescente onda de cubanização do Brasil, nessa era PT. Em nosso caso, indivíduos isolados que lutavam contra a cubanização da UFSC.

Creio que esta universidade nunca esteve tão esquerdista como está agora. A esquerda radical domina tudo, a iniciar pela reitora que é filiada ao PSOL. Rodrigo Constantino denunciou em seu blog na Veja, ao longo de 2013, vários casos de doutrinação e cubanização da UFSC. Constantino, inclusive, denunciou a perseguição ideológica que a reitoria da UFSC promove contra mim, por meio de um processo administrativo que atualmente tramita na procuradoria federal junto a UFSC.

Vivemos num tempo obscuro no Brasil de radicalização do processo de implantação do socialismo, e a UFSC não escapou disso, como vem demonstrando Constantino, e como também demonstra esse infeliz processo movido contra mim por eu ter fundado a UFSC Conservadora. É justamente essa radicalização do processo revolucionário que tem unido vozes até agora isoladas, e a internet tem contribuído muito a isso. No momento em que a batalha é necessária é que surgem as vozes de liderança, que se unem e vão à luta. Conheci Marcelo Carvalho só após a manifestação, e o conheci por meio de outros amigos conservadores que conheci na internet. A perseguição dos comunistas nos uniu, ou melhor, dizendo, a própria esquerda da UFSC colaborou para que nascesse um movimento conservador, ao iniciar uma verdadeira caça as bruxas no campus. Só que agora os inquisidores não são religiosos, como na Idade Média, são socialistas com diploma e cargo universitário.

Eu atuava inicialmente isolado por meio do blog da UFSC Conservadora (UFSCon), nesses últimos 2 anos, mas com o tempo, por meio da internet outros vieram me contatar. Uma rede cada vez maior de amigos conservadores foi se formando, e agora a UFSC Conservadora não é só o Antonio Pinho, mas conta colaboração de várias pessoas. O nosso blog UFSCon já publicou textos do professor Marcelo Carvalho. Foi também o UFSCon que publicou a famosa Carta-Manifesto de João Victor, que causou grande polêmica ao se negar a fazer um trabalho acadêmico sobre o comunismo, como uma forma de manifestação pacífica contra a doutrinação esquerdista nas universidades. Só o texto de João Victor teve mais de 40 mil acessos em três dias, só no UFSCon, sem contar outros sites que o republicaram. O blog UFSCon está aberto a participação de todos os conservadores, não só da UFSC, mas de todo o Brasil.

São vozes isoladas que se encontram na internet. A isso se resume o movimento conservador no Brasil. Mas nem isso esquerdistas como a Lola querem permitir. A nós nada, que nos calemos, que a esquerda triunfe e destrua para sempre toda e qualquer oposição. Eles já têm o poder do Brasil nas mãos; têm o controle das universidades – como a UFSC – e de toda a cultura nacional.  Têm a hegemonia, no sentido gramsciano,isso é fato. Nos últimos tempos, porém, graças a internet, principalmente, vozes isoladas contrárias a essa hegemonia da esquerda têm se encontrado, e deixaram de ser isoladas. Vejo que a hegemonia cultural da esquerda ainda existe, mas em 2013 ela saiu levemente abalada. Grandes livros foram publicados, e para mim já são um marco desse muito leve “ar de mudança”, de natureza conservadora, do qual Constantino já tratou algumas vezes em seu blog. Em 2013 vieram à luz o Manifesto do Lobão, o Mínimo de Olavo de Carvalho, o Esquerda Caviar de Constantino, e a Década Perdida do historiador Villa, que relava com maestria a década em que o PT dominou o Brasil.

Podemos ver que, ao menos no plano da cultura, a hegemonia está sendo quebrada. Os livros mais vendidos têm um caráter conservador, como o grande livro do Olavo, que passou inúmeras semanas na lista dos mais vendidos. E vários meses após o lançamento ainda consta entre os 10 mais vendidos. Mas os muito leves ares de mudança são apenas isso: livros e blogs, nada mais.

O poder político, econômico e cultural (as universidades) é da esquerda, dos socialistas revolucionários. Porém, sabemos que toda mudança na esfera política inicia antes na esfera da cultura. A Revolução Francesa não existiria sem ter sido precedida por décadas de Iluminismo. Do mesmo modo, a Revolução Russa e a rápida  expansão do comunismo, no século XX, por vastas áreas do mundo não seria possível sem ter existido, no século XIX, Karl Marx. Esperemos que no Brasil se dê o mesmo. A geração que agora está sendo formada no estudo da obra de Olavo de Carvalho e do Pe. Paulo Ricardo poderá, daqui uns 30 anos, dar uma nova cara ao Brasil. Então, as Lolas da vida serão apenas delírios do tempo em que o Brasil dormiu, e o socialismo despertou. Façamos com que o socialismo volte a dormir em berço esplêndido, para nunca mais levantar.

Originalmente publicado no blog UFSC Conservadora