Páginas

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Cristofobia no Brasil: Parada Gay de São Paulo

Gays ofendem a Igreja Católica em cartazes onde se posam de santos da Igreja Católica pedindo para usar a camisinha




A 15ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo reuniu pelo menos 4 milhões de pessoas, segundo os organizadores, na Avenida Paulista. E causou polêmica usando santos em uma campanha pelo uso de preservativos.

Em 170 cartazes distribuídos em postes por todo o trajeto, 12 modelos masculinos, representando ícones como São Sebastião e São João Batista, apareciam seminus ao lado das mensagens: “Nem Santo Te Protege” e “Use Camisinha”. “Nossa intenção é mostrar à sociedade que todas as pessoas, seja qual for a religião delas, precisam entrar na luta pela prevenção das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST). Aids não tem religião”, diz o presidente da Parada, Ideraldo Beltrame.

Ao eleger como tema “Amai-vos Uns Aos Outros”, a organização uniu a vontade de conclamar seguidores com a de responder a grupos religiosos – que vêm atacando sistematicamente o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo. Na Marcha para Jesus, na quinta-feira, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em favor da união estável homoafetiva foi ferozmente atacada.

Mas nesse ponto nem as opiniões de evangélicos dissidentes, que fundaram igrejas inclusivas e acompanham a Parada, convergem. “Não tinha necessidade de usar pessoas peladas para representar santos. Faz a campanha, mas não envolve as coisas de Deus”, acha a pastora lésbica Andréa Gomes, de 36 anos, da Igreja Apostólica Nova Geração. “A campanha foi mais de encontro aos ditames da Igreja Católica. Nós não temos santos”, diz o pastor José Alves, da Comunidade Cristã Nova Esperança.

Igreja

O cardeal d. Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, classificou como “infeliz, debochada e desrespeitosa” a colocação de cartazes com imagens de santos católicos em postes da Avenida Paulista. Para o cardeal-arcebispo, o “uso instrumentalizado” das imagens por parte da organização do evento “ofende o sentimento da Igreja Católica”.

“A associação das imagens de santos para essas manifestações da Parada Gay, a meu ver, foi infeliz e desrespeitosa. É uma forma debochada de usar imagens de santos, que para nós merecem todo respeito”, disse d. Odilo. “Vamos refletir sobre medidas cabíveis para proteger nossos símbolos e convicções religiosas. Quem deseja ser respeitado também tem de respeitar.”

Para o cardeal, a organização da Parada Gay pregou os cartazes “provavelmente” para atingir a Igreja Católica. “Porque a Igreja tem manifestado sua convicção sobre essa questão e a defende publicamente.”

O cardeal também voltou a manifestar posição contrária ao slogan escolhido pela organização da Parada, “Amai-vos uns aos outros” (parte de versículo do Evangelho de São João). “Jesus recomenda ?Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei?. O uso de somente parte dessa recomendação, fora de contexto, em uma Parada Gay, é novamente um uso incorreto, instrumentalização da palavra de Jesus.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: http://www.dgabc.com.br/News/5895608/parada-gay-usa-imagens-de-santos-e-cria-polemica.aspx

Comentário: Os grupos gays lutam deliberadamente para a instaurar uma ditadura do pensamento anticristã: pode-se debochar da religião, mas não se é permitido discordar da cultura gay, e classificá-la de imoral, e destruidora da família e da ordem social. Os movimentos gays querem sua lei para punir a “homofobia”, mas ficam impunes quando cometem cristofobia.

Então, estamos numa sociedade de dois pesos e duas medidas. Não se respeita mais o princípio constitucional de igualdade entre todos os cidadãos, porque forma-se cada fez mais um leque de privilégios aos defensores do “politicamente correto”, incluindo os promotores do pensamento de que o homossexualismo deve ser obrigatoriamente aceito como “normal” por todos. Os gays, para se defenderem, citam a questão do preconceito racial, mas a comparação não é correta. Um negro já nasce negro, por outro lado ninguém nasce lésbica ou pederasta. Os próprios gays admitem que fizeram uma opção pelo homossexualismo. Se a sexualidade é opção, como a maioria crê, ela pode passar pelo crivo do julgamento crítico, como acontece em questões políticas. Ninguém nasce conservador, liberal, anarquista ou nazista; mas posso julgar que a escolha pelo nazismo é um crime, tal como a escolha pelo homossexualismo. Onde há a escolha, há a possibilidade da crítica, é assim no mundo da cultura (comportamento) e da política.

Evidentemente, não podemos usar a mesma lógica em outros campos, quando não entra em jogo a escolha. Ninguém escolhe ser negro ou índio, mulher ou criança. Ninguém escolhe ser gordo ou anão, ou ter uma deficiência física, por isso não podemos julgar essas pessoas e desprezá-las por serem como são. Não podemos criticá-las porque elas não escolheram ser o que são. Mas não acontece o mesmo no campo do comportamento humano, no qual se incluem as escolhas políticas e sexuais. Sendo assim, que seja, no Brasil, mantida a liberdade de crítica no campo de questões sexuais.

Porque não temos leis que punam aqueles que manifestam preconceito contra deficientes, idosos, mulheres, gordos? Aqui estão as verdadeiras manifestações de preconceito, muito mais numerosas e graves, pois essas pessoas não escolheram ser o que são. Quantas mulheres e idosos são mortos todos os dias por causa de preconceito! Centenas. Todos estamos cansados de tantos casos de impunidade perante a violência contra idosos e mulheres. Porque não lutamos em sua defesa? Fica, assim, claro que os gays são exclusivistas: lutam egoisticamente só por causa própria, não reconhecendo que há questões muito mais relevantes para a sociedade como um todo.

Só mais uma coisa: que os dirigentes da parada gay de São Paulo não fiquem impunes. Eles desrespeitaram profundamente símbolos muito caros aos católicos. Devem ser processados pela Arquidiocese de São Paulo, para que este infeliz fato não se repita.

Guerra da Líbia

O prosseguimento da Guerra da Líbia é um importante passo para a criação do cenário no qual eclodirá a III Guerra Mundial

O que ocorre na Líbia atualmente não é um levante espontâneo de um povo oprimido contra com governo tirânico, como nos faz crer a mídia corporativa. Os “rebeldes” são, na verdade, soldados mercenários financiados pelos Estados Unidos, que lhes tem dado apoio financeiro e logístico, como as armas que eles têm usado neste conflito. Enquanto esses “rebeldes” destroem a ordem social por terra, os EUA destroem o país pelo céu, com seus ataques diários feitos com mísseis teleguiados. Mas informações recentes revelam que esta situação durará até novembro, no máximo. Esta é a data limite para uma invasão terrestre do território da Líbia pelas tropas americanas, de acordo com o jornalista Alex Jones.

Enquanto isso, é necessário se pintar uma imagem de herói para Obama, que recebeu o Nobel da Paz, sem ter movido uma única pena para promovê-la. Já Kadafi é intencionalmente demonizado pela mídia e entidades comprometidas com os interesses da elite dos EUA, como a ONU. Ou seja, querem que acreditemos que realmente há uma guerra entre mocinho (os EUA) e bandido (Kadafi), na luta pela democracia e pelos direitos humanos. Nem Obama, nem Kadafi são santos, porque todos os dois trabalham para os mesmos padrões: os cartéis internacionais do petróleo e os grandes banqueiros.

Segundo matéria divulgada pelo Estadão, “A corte sediada em Haia [do Tribunal Penal Internacional], na Holanda, aprovou mandados de prisão contra Kadafi, seu filho Saif al-Islam e o chefe da inteligência líbia, Abdullah al-Senussi, por acusações de crimes contra a humanidade.” O fato é que desde que a Revolução Árabe chegou à Líbia, a mídia corporativa tem tratado Kadafi como um excêntrico ditador que manda matar qualquer um que se manifeste contra seu governo sanguinário. Seria essa versão da história (made in Rede Globo) totalmente verdadeira? Segundo nos informa o canal Verdade Oculta, do You Tube, Kadafi mandou libertar vários prisioneiros políticos. As imagens, feitas pela televisão portuguesa, mostram várias pessoas num navio sendo libertas, aparentemente, sem apresentar marcar de qualquer espécie de violência física. Não quero defender seu governo, mas as filmagens dos prisioneiros não concordam com a imagem dele criada como um não cumpridor dos Direitos Humanos. De fato, enquanto Kadafi liberta prisioneiros em segurança e é condenado pelo Tribunal Penal Internacional, Obama tem bombardeado a Líbia com o apoio da OTAN, operação militar que matou incontável número de inocentes. O mais grave é a atitude antidemocrática de Obama, que se comporta igual a um general soviético. O presidente dos EUA faz isso sem a aprovação do Congresso americano, que atualmente é de maioria republicana.

Diante desses fatos, temos que nos fazer a seguinte pergunta: quem está matando mais, se Kadafi com seu reduzido exército equipado com armas de pequena tecnologia e pouco poder de destruição, ou a OTAN e os EUA com sua avançadíssima tecnologia de mísseis teleguiados? Que lado está transgredindo mais os Direitos Humanos? Então quer dizer que os EUA podem matar milhares sem a aprovação de seu congresso, em nome da paz, mas se Kadafi usa suas forças para se defender, isso é crime contra a humanidade? O fato é que a imprensa corporativa mostra-se mais uma vez criminosamente tendenciosa, e comprometida com a defesa do banditismo internacional do governo dos EUA.

Divulguei semana passada um vídeo de Alex Jones, no qual ele afirma, com base em fontes internas do exército, que as tropas americanas invadirão o país por terra até outubro-novembro. Esta informação confere com uma notícia divulgada pelo American Free Press, segundo a qual, na última reunião anual do Clube de Bilderberg, na qual comparecem as figuras mais poderosas da América do Norte e Europa, ocorrida entre os dias 9 e 11 de junho, foi “defendido uma grande guerra, expandindo o tumulto na Líbia em um conflito em larga escala, envolvendo todo o Oriente Médio, exceto para Israel.” Ou seja, tudo indica que o atual conflito da Líbia vai se estender por um bom período, para se expandir pelas regiões vizinhas. O objetivo para essas ações militares já conhecemos, que é um maior domínio das fontes de petróleo do Oriente Médio. Além disso, há o objetivo secreto para construir o cenário perfeito para jogar o mundo árabe contra Israel, numa guerra de proporção nunca antes vista na história. Seria a terceira grande guerra.

Sobre a III Guerra Mundial, leia também:

http://cibercronicas.blogspot.com/2011/06/alex-jones-fala-sobre-iii-guerra.html

http://cibercronicas.blogspot.com/2011/06/novidades-sobre-iii-guerra-mundial.html

http://cibercronicas.blogspot.com/2011/03/revolucao-arabe-e-iii-guerra-mundial.html

Fontes:
http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,libia-rejeita-mandado-internacional-de-prisao-contra-gaddafi,737626,0.htm

http://www.americanfreepress.net/html/big_war_274.html

Canal Vedade Oculta, You Tube, http://www.youtube.com/watch?v=zABT1NB6vIw

Alex Jones, matéria sobre a Líbia e a III Guerra Mundial, http://www.youtube.com/fimdostemposnet#p/u/1/iTAOuKIOs8M

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Uso da maconha é legalizado no Brasil (ou quase isso)

O STF autoriza a realização de manifestações pela legalização da maconha

Em uma entrevista dada recentemente, o senador Demóstenes Torres (DEM) afirmou que a única instância verdadeiramente independente e democrática que nos resta, nessa infeliz era pós-Lula (mas ainda lulista), é o Supremo Tribunal Federal. Ele relatou que o Congresso está totalmente atrelado ao executivo, que não se mantém mais uma separação entre a presidência e o legislativo federal. Ou seja, todos os projetos que hoje o congresso analisa e aprova vêm “de cima”, da cúpula comunista do PT. Quer dizer, os deputados e senadores da situação são apenas marionetes compradas com alguma nova versão do mensalão, que ainda não veio ao conhecimento público. Para falar a verdade, não duvido que há um novo mensalão. Quem investigar descobrirá. Resumindo, o Congresso não é mais uma instância verdadeiramente democrática, com a função de fiscalizar a atuação do executivo. O senador Demóstenes acha que ainda podemos confiar no Supremo. Eu não concordo. Nem mais o STF temos como instituição séria e democrática.

As três últimas grandes atitudes do STF são, no mínimo, vergonhosas, uma afronta a uma boa parcela da sociedade brasileira. Primeiro aprovaram o casamento gay, o que é anticonstitucional e contrário à vontade do povo, que não é favorável a união homossexual. Depois manda soltar o terrorista de esquerda Cesare Battisti, que sem dúvida alguma é um criminoso de primeira linha. Preso por furto já aos 17 anos, e responsável por quatro assassinatos na Itália, Battisti está no Brasil como se fosse um exilado político, coisa que nunca foi. Como é comunista, assim como o governo atual e os ministros do STF, foi solto. Tratamento igual não têm os membros do antigo regime militar. Com a tão falada Comissão da Verdade, o PT sonha colocar os militares, que impediram o câncer do comunismo destruir o Brasil nos nas 60/70, atrás das grades. O que nunca conseguirão, pois os militares que lutaram contra o comunismo estão anistiados. Se houve tortura e mortes, isso não se justifica, pelo menos dos males o menor. O Brasil manteve-se como nação capitalista. Muito pior seria um totalitarismo comunista, pelo qual lutava Dilma nos anos 70. Muitos inocentes mais teriam morrido, talvez milhões, como na União Soviética.

Com a soltura de Battisti o STF confirma o que eu já suspeitava há tempos: que seus membros estão profundamente impregnados pelos ideais do marxismo, que agora tem corroído a nação com atitudes tão vergonhosas, sendo a última a permissão das marchas para a liberação do uso da maconha. Faz isso alegando a liberdade de expressão. Mas me pergunto se isso seria mesmo liberdade. É realmente um ato de liberdade lutar por algo que tem destruído milhões de famílias pelo país afora? É algo totalmente provado que o uso contínuo da maconha causa sérios danos a memória e a concentração, e que é uma porta para drogas mais devastadoras, como cocaína e crack. Seu uso entre os adolescentes é ainda mais devastador, pois compromete drasticamente o desempenho escolar. Resultado: o jovem pobre, que fuma maconha, certamente vai ter muito menos chance de passar num vestibular para uma universidade pública. O que, obviamente, gera um grave problema social, porque está acabada sua única possibilidade de ascender socialmente, por mérito próprio. A maconha sustenta a bilionária indústria ilegal das drogas, que cria a figura do traficante de bairro, o qual, por sua vez, é responsável por uma boa parcela dos assassinatos no Brasil.

Mães sem seus filhos, crianças órfãs, menores sem perspectiva de vida, propagação de males sociais e de pobreza, proliferação de doenças: eis aqui os frutos da venda de drogas. Reconheço que a maconha em si não é um mal. O verdadeiro mal reside no efeito em cascata que ela produz, pois é a draga mais vendida. Sem o dinheiro que ela rende, os traficantes não teriam como se sustentar só com o tráfico de drogas mais caras e nocivas. Se pensarmos profundamente, a maconha desencadeia um enorme mal a sociedade. Seus danos são tão devastadores que nem chegamos a ter uma pequena noção deles. Creio que só uma mãe que sofre por causa de um filho viciado – que começou inocentemente fumando maconha – saiba o real significado dessa atitude irresponsável do Supremo.

Definitivamente, lutar por algo que mata e sustenta o submundo do crime não significa ser livre. Mesmo se a maconha fosse vendida legalmente, pagando impostos, não compensaria pelos danos que causa ao cérebro do tantos.

Estranho, por que não há passeatas para a isenção de impostos dos livros, pela criação de mais universidades, pela construção de mais bibliotecas e museus, pela ampliação das verbas para pesquisa científica? Ou para a mudança do código penal e para a reforma tributária? Estranho, não? Não vemos tanta mobilização por essas causas. Nossa juventude e a “elite intelectual de esquerda” não lutam pela cultura nacional, por valores elevados, mas fazem de tudo pelo direito ao baseado de cada dia. O mais grave é que fazem isso com a conivência do Supremo Tribunal. Diante de tudo que tenho visto, eu só posso chegar a seguinte conclusão: nosso Brasil atual é um grave caso de esquizofrenia coletiva.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Novidades sobre a III Guerra Mundial

Olavo de Carvalho

O prof. Duguin propõe o Império Eurasiano e reconstrói toda a história do mundo como se fosse a longa preparação para o advento dessa coisa linda. É um revolucionário como outro qualquer. Apenas, imensamente mais pretensioso.

O prof. Alexandre Duguin, à testa da elite intelectual russa que hoje molda a política internacional do governo Putin, diz que o grande plano da sua nação é restaurar o sentido hierárquico dos valores espirituais que a modernidade soterrou. Para pessoas de mentalidade religiosa, chocadas com a vulgaridade brutal da vida moderna, a proposta pode soar bem atraente. Só que a realização da idéia passa por duas etapas. Primeiro é preciso destruir o Ocidente, pai de todos os males, mediante uma guerra mundial, fatalmente mais devastadora que as duas anteriores. Depois será instaurado o Império Mundial Eurasiano sob a liderança da Santa Mãe Rússia. Quanto ao primeiro tópico: a "salvação pela destruição" é um dos chavões mais constantes do discurso revolucionário. A Revolução Francesa prometeu salvar a França pela destruição do Antigo Regime: trouxe-a de queda em queda até à condição de potência de segunda classe. A Revolução Mexicana prometeu salvar o México pela destruição da Igreja Católica: transformou-o num fornecedor de drogas para o mundo e de miseráveis para a assistência social americana. A Revolução Russa prometeu salvar a Rússia pela destruição do capitalismo: transformou-a num cemitério. A Revolução Chinesa prometeu salvar a China pela destruição da cultura burguesa: transformou-a num matadouro. A Revolução Cubana prometeu salvar Cuba pela destruição dos usurpadores imperialistas: transformou-a numa prisão de mendigos. Os positivistas brasileiros prometeram salvar o Brasil mediante a destruição da monarquia: acabaram com a única democracia que havia no continente e jogaram o país numa sucessão de golpes e ditaduras que só acabou em 1988 para dar lugar a uma ditadura modernizada com outro nome.

Agora o prof. Duguin promete salvar o mundo pela destruição do Ocidente. Sinceramente, prefiro não saber o que vem depois. A mentalidade revolucionária, com suas promessas auto-adiáveis, tão prontas a se transformar nas suas contrárias com a cara mais inocente do mundo, é o maior flagelo que já se abateu sobre a humanidade. Suas vítimas, de 1789 até hoje, não estão abaixo de trezentos milhões de pessoas - mais que todas as epidemias, catástrofes naturais e guerras entre nações mataram desde o início dos tempos. A essência do seu discurso, como creio já ter demonstrado, é a inversão do sentido do tempo: inventar um futuro e reinterpretar à luz dele, como se fosse premissa certa e arquiprovada, o presente e o passado. Inverter o processo normal do conhecimento, passando a entender o conhecido pelo desconhecido, o certo pelo duvidoso, o categórico pelo hipotético. É a falsificação estrutural, sistemática, obsediante, hipnótica. O prof. Duguin propõe o Império Eurasiano e reconstrói toda a história do mundo como se fosse a longa preparação para o advento dessa coisa linda. É um revolucionário como outro qualquer. Apenas, imensamente mais pretensioso.
Quanto ao Império Mundial Eurasiano, com um pólo oriental sustentado nos países islâmicos, no Japão e na China, e um pólo ocidental no eixo Paris-Berlim-Moscou, não é de maneira alguma uma idéia nova. Stalin acalentou esse projeto e fez tudo o que podia para realizá-lo, só fracassando porque não conseguiu, em tempo, criar uma frota marítima com as dimensões requeridas para realizá-lo. Ele errou no timing: dizia que os EUA não passariam dos anos 80. Quem não passou foi a URSS.

Como o prof. Duguin adorna o projeto com o apelo aos valores espirituais e religiosos, em lugar do internacionalismo proletário que legitimava as ambições de Stálin, parece lógico admitir que a nova versão do projeto imperial russo é algo como um stalinismo de direita.

Mas a coisa mais óbvia no governo russo é que seus ocupantes são os mesmos que dominavam o país no tempo do comunismo. Substancialmente, é o pessoal da KGB (ou FSB, que a mudança periódica de nomes jamais mudou a natureza dessa instituição). Pior ainda, é a KGB com poder brutalmente ampliado: de um lado, se no regime comunista havia um agente da polícia secreta para cada 400 cidadãos, hoje há um para cada 200, caracterizando a Rússia, inconfundivelmente, como Estado policial; de outro, o rateio das propriedades estatais entre agentes e colaboradores da polícia política, que se transformaram da noite para o dia em "oligarcas" sem perder seus vínculos de submissão à KGB, concede a esta entidade o privilégio de atuar no Ocidente, sob camadas e camadas de disfarces, com uma liberdade de movimentos que seria impensável no tempo de Stalin ou de Kruschev.

Ideologicamente, o eurasismo é diferente do comunismo. Mas ideologia, como definia o próprio Karl Marx, é apenas um "vestido de idéias" a encobrir um esquema de poder. O esquema de poder na Rússia trocou de vestido, mas continua o mesmo - com as mesmas pessoas nos mesmos lugares, exercendo as mesmas funções, com as mesmas ambições totalitárias de sempre.

O Império Eurasiano promete-nos uma guerra mundial e, como resultado dela, uma ditadura global. Alguns de seus adeptos chegam a chamá-lo "o Império do Fim", uma evocação claramente apocalíptica. Só esquecem de observar que o último império antes do Juízo Final não será outra coisa senão o Império do Anticristo.

Publicado em 23 de maio de 2011 no Diário do Comércio.

Fonte: http://www.midiasemmascara.org/artigos/globalismo/12167-o-futuro-que-a-russia-nos-promete.html

Comentário: Já escrevi neste blog sobre a III Guerra Mundial. Defendi que os países comunistas defenderiam os árabes contra o ocidente. Como Olavo de Carvalho escreve neste artigo, a Rússia continua comunista, porque são os mesmos que estão no poder, com os mesmos projetos totalitários a nível global. Há outros sites defendendo que os russos serão os aliados dos árabes no próximo conflito mundial.

É inegável. Sente-se no ar os rumores da próxima guerra, e o cenário já está montado. Só falta para tanto a concretização da Revolução Árabe, com a derrubada de todos os governos islâmicos para, no seu lugar, implementar teocracias ao molde do Irã. Após esse passo, nascerá um forte bloco econômico árabe, aos moldes da União Europeia. Porque sem força econômica não se poderá enfrentar o Ocidente. Esse bloco se aliará aos comunistas e a Rússia para enfrentar o Ocidente. Quem afirma isso não sou apenas eu. Várias vozes se levantam para denunciar/anunciar esses eventos próximos. Não se trata de mera opinião, mas de uma projeção de cenário futuro com base em elementos políticos do presente.

A literatura é a que tem feito isso com mais sucesso. Vejamos Júlio Verne, no século dezenove, prevendo que o homem iria construir foguetes e chegar a lua; ou Orwell dizendo sobre o futuro do comunismo, em A revolução dos bichos. Para mim o exemplo mais genial é o livro Admirável mundo novo, no qual se descreve o mundo que se constrói hoje: um totalitarismo tecnológico global e materialista.

A literatura sonha, profetiza, e vai mais além – bem mais além do que a ciência –, pois não há barreira que lhe prenda. Depois é o mundo que “copia” a fantasia, tornando-a realidade. Queria eu que isso não ocorresse. Mas o que fazer contra criminosos tão poderosos, que estão por trás de todas as guerras e revoluções? Basta-nos a denúncia. Somente através dela, talvez, algo possa ser mudado. E a grande mudança é o despertar da consciência, o abrir os olhos para ver que, oculto sob o mundo que vemos na TV, há um outro do qual nem em nossos piores sonhos imaginávamos.

Leia também Revolução Árabe e a III Guerra Mundial.