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terça-feira, 24 de setembro de 2013

Sadomasoquismo em praça pública, ou cenas de um bordel universitário


Antonio Pinho

A cena se passa em plena praça central da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Um rapaz, na faixa dos vinte anos, veste roupas femininas e uma peruca que lhe cobre o rosto. A caixa de som está ao lado, e o microfone na mão. O som que se ouve é uma “clássica” batida ao ritmo funk. O rapaz canta versos altamente poéticos, como “eu estou cansado de ficar com o pau na mão”, enquanto rebola ao olhar de dezenas de estudantes. Noutro momento, ele está de nádegas desnudas nas quais são dadas fortes chicotadas e vigorosos tapas, o que fica comprovado pela vermelhidão da pele maltratada. O agressor das nádegas: outro rapaz de mesma idade, vestido de padre católico, que usava um grande crucifixo em seu peito, portando nas mãos o chicote. A estampa da camiseta do agredido também era a de um crucifixo. Entrevistado pela TV universitária, o rapaz travestido afirma: “o manifesto é perigoso e pelo gozo dentro da universidade” (1).  Coincidência ou não, há na universidade um grupo chamado “Gozze! Coletivo Universitário pela Diversidade Sexual”(2), cujos membros organizam em Florianópolis a Marcha das Vadias, sendo frequentemente vistos manifestações feministas.


Essa cena de sadomasoquismo em praça pública foi promovida por estudantes de artes cênicas na mesma semana em que ocorria um evento feminista no campus da UFSC chamado Fazendo Gênero (3). Já está em sua 10ª edição, na qual conta com mais de 5 mil inscritos do Brasil e do exterior (4). São ativistas feministas e do movimento gay de todo o Brasil que se reúnem anualmente, em Florianópolis, para defender o aborto e a agenda do movimento homossexual.

O curso de Artes Cênicas institucionalizou o ridículo denominando-o de arte. Em 2010, por exemplo, outro aluno de artes cênicas foi detido no campus por estar fazendo uma “performance artística” completamente pelado diante do restaurante universitário (5). Recitar Camões seria, na mente deles, uma manifestação artística das elites. A verdadeira arte, a revolucionária, exige atos revolucionários. Então saia por aí pelado ou vista-se como um travesti sadomasoquista.

O sentimento anticristão é patente nisso tudo. O cristianismo é historicamente a religião que defende a vida desde sua concepção até a morte natural. Aborto e infanticídio eram práticas culturalmente aceitas na Europa pré-cristã. Foi a conversão do Império Romano ao cristianismo que levou à aceitação de todos os filhos que fossem gerados, quantos fossem eles. Nada justificava tirar a vida de um inocente dentro da cultura cristã que ascendia ao mesmo tempo em que Roma decaia. Agora que a cultura cristã decai, ascendem os velhos valores pagãos opostos à lei de Cristo, que corresponde à própria natureza do homem, enquanto ser criado por Deus. A universidade, que é um desses frutos da civilização cristã, agora volta-se contra sua própria origem. Os estudantes nas universidades medievais tinham status de clérigos, e gozavam dos privilégios da classe clerical. Agora, nesse tempo de inversão total dos valores, a universidade torna-se palco no qual uma multidão de feministas e ativistas gays se reúnem para defender a morte dos humanos mais indefesos, os fetos. Essa mesma multidão vê na Igreja a fonte de todos os males, sentimento que é explicitado nessa patética demonstração “artística”: um aluno vestido de padre chicoteando um travesti. A Igreja é o mal porque defende a vida, ao passo que eles são os bons porque defendem a morte e ridicularizam os sacerdotes. Eis aqui o satânico princípio da inversão da realidade. Simbolicamente o satanismo faz isso invertendo, por exemplo, a cruz. Socialmente faz isso invertendo a moral e, até mesmo, a estrutura objetiva do real: a baixeza exibida como arte, o culto a morte como virtude heroica, o ódio a religião como forma de amor etc. 

A universidade deixou de ser um centro de ciência e se transformou num grande bordel, no qual as almas dos jovens são prostituídas. Cortada a raiz cristã que criou a ciência, a instituição universitária perde seu sentido. Uma árvore sem raiz morre e deixa de produzir frutos. Da mesma forma, numa universidade que nega suas origens cristãs, a ciência deixa de existir, desfigurando-se a universidade em mera caixa de ressonância de ideologias gestadas na UNESCO. De modo igual, a arte deixa de ser o culto ao belo e passa a ser o culto às mais baixas formas de degradação humana.