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domingo, 19 de dezembro de 2010

Mobilidade Urbana em Florianópolis

Há alguns meses saiu na mídia a notícia de que Florianópolis é a cidade com um dos piores índices de mobilidade urbana. Ou seja, ela está no grupo das grandes metrópoles que vivem um verdadeiro caos no trânsito. Tal grudo de “cidades infernais” é, sem dúvida alguma, encabeçado pela cidade de São Paulo, com suas intermináveis filas em grandes vias como a marginal Tietê. Para complicar a situação temos uma das passagens mais caras entre as capitais. Tiro por minha própria experiência. De minha casa à universidade e da universidade para cada gasto quatro passagens. O intermunicipal está 2,55, e o interbairos custa 2,95 (para quem não tem cartão). Calculemos. Se eu não tivesse direito a passe de estudante, gastaria 11 reais por dia e 242 por mês. Para o trabalhador é um gasto muito grande, que compromete a qualidade de sua alimentação, lazer, cultura, etc. O dinheiro que ele gasta só para ir e voltar do trabalho poderia ser aplicado em outras atividades que lhe proporcionaria uma qualidade de vida muito superior. Mas o pior é sabermos que os florianopolitanos, e os demais habitantes da região metropolitana, não vivem numa cidade como São Paulo. Os moradores da região metropolitana de Florianópolis poderiam muito bem ter acesso ao transporte marítimo, que só tem vantagens sobre o transporte feito por ônibus: é mais rápido, barato, confortável, sem contar a experiência fascinante de todo dia ir ao trabalho “navegando” na costa da ilha de Santa Catarina. O governo local e estadual poderiam, há muito tempo, ter implementado o transporte marítimo na região, mas porque cargas d’água não o fez? Lembro que há poucos anos o ex-governador Luiz Henrique visitou outros paises com transporte público marítimo com o objetivo de implementar tal modelo na capital de seu estado. O que aconteceu com esses projetos? Sumiram? Foram engavetados? Possivelmente, e para não sairem mais de lá onde estão. Temos nessa cidade uma sórdida máfia da indústria do transporte público que ganha rios de dinheiro, sugando o salário de grande parte dos trabalhadores mais pobres de Florianópolis. Pois nossos novos milionários já tem suas Ferrari, BMW, Mercedes, Cherokee, etc. Até quando se sustentará essa situação insustentável? Arrisco-me a dizer que já posso adivinhar. Isso vai continuar exatamente do mesmo jeito até o dia em que ficaremos trancados numa fila e não mais sairemos dela.

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