Antonio Pinho*
Dia 26 de novembro de 2013. Esta é a data em que me senti
metamorfoseado em K., o conhecido personagem de “O Processo”, de Kafka.
Eu estava em minha escrivaninha, no computador, olhando
mensagens pouco antes de sair a um compromisso, quando chega, em minhas mãos, uma
carta em envelope oficial da UFSC. Na hora até brinquei: “A UFSC deve estar me
processando hehehehe”. Pensei que era uma notificação qualquer, algo da
burocracia normal da universidade, por eu ter sido aluno da UFSC. Mas, ao abrir
o envelope e sacar o documento, vejo que aquilo que falei em tom jocoso era a
pura verdade: eu estou de fato sendo acionado judicialmente pela UFSC. Na hora
me veio à mente a imagem de Kafka: os oficiais entrando, logo de manhã, no quarto
de K. para detê-lo. Minha vida transformada num roteiro surreal kafkiano.
Processado? Por que motivo?
O motivo é obvio, apesar disso não ser dito na carta. É a
velha perseguição ideológica pura e simples, que sempre é promovida pela
esquerda contra aqueles que ousam defender valores contrários ao politicamente
correto, que não vivem pautando sua existência na luta pela revolução. Muito menos
tranquila é a vida de sujeitos como eu que gastam o tempo e o dinheiro que não
têm, que procuram estudar e defender os valores que a Civilização Ocidental nos
legou. Um dos principais desses valores é a liberdade de expressão, que é
assegurada na Constituição do Brasil: “é livre a expressão da atividade
intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de
censura ou licença” (Artigo 5, IX). No exercício da liberdade de expressão a
Constituição proíbe apenas o anonimato, o que é completamente justo. Quem quer
falar o que quer, tem que assumir as consequências públicas pelo que diz. Por isso
anonimato é proibido, pois é um ato de covardia. Eu nunca publiquei algo anônimo.
Todos meus escritos podem ser lidos em meu blog pessoal www.cibercronicas.blogspot.com
, ou no blog da “UFSC Conservadora” (www.ufscon.wordpress.com),
do qual sou editor e criador. Nada do que fiz foi escondido.
Vivemos teoricamente numa democracia, na qual há, teoricamente,
a possibilidade do pleno exercício da liberdade de expressão. As leis da nação em
que nasci garantem isso, também em teoria. A Constituição é teoria, e não a
realidade dos fatos. O fato é que ousei ir contra a maré da cubanização do
Brasil, comecei a escrever e divulgar meus textos em blogs e no Facebook.
Também acabei formando um grupo de estudantes denominado “UFSC Conservadora”. A repercussão foi muito além da esperada. Meus
textos começaram a ter milhares de acessos, bem como o blog UFSC Conservadora.
Comecei a incomodar, e logo vieram as perseguições. Posicionei-me publicamente
contra a greve das universidades federais de meados de 2012, num texto chamado “UFSC em greve”. Logo em seguida o blog UFSC Conservadora foi atacado e saiu do ar.
Isso se deu na mesma época em que outros sites de perfil conservador também foram
atacados, como o Mídia Sem Máscara. Mas a UFSC Conservadora continuou existindo,
no início deste ano criamos outro blog, o UFSCon.
Continuamos incomodando a esquerda, alcançando literalmente
milhares de leitores. O auge foi a carta-manifesto de João Victor Gasparino, que
divulgamos no novo blog da UFSC Conservadora. Esta carta acabou gerando um
debate a nível nacional sobre a doutrinação marxista na educação, principalmente
dentro das universidades. Devido à carta de João Victor, em 3 dias tivemos mais
de 40 mil acessos, por causa da divulgação que Rodrigo Constantino fez em seu
blog na Veja. Outro texto meu, na mesma temática, “Carta aberta contra o socialismo na UFSC” teve também milhares de acessos, foi publicada em outros
sites e comentada pelo jornalista Aloísio Amorim.
No dia 6/11 ajudei a organizar, juntamente com outros amigos
da UFSC Conservadora, uma manifestação contra a vinda do terrorista Cesare Battisti. No fim o terrorista não veio. Ele cancelou na véspera, mas mesmo
assim nos manifestamos. Será que foi por medo de reações contrárias? Nossa manifestação
influenciou nessa desistência? Não sei, mas eu não poderia me calar diante do
uso da universidade para a exibição pública de um criminoso internacional, já
julgado e condenado a prisão perpétua. O nome do evento no qual Battisti daria
palestra se chamava “quem tem o direito ao dizer”. Pelo que sei, o direito de
bandido é estar na cadeia, e não dando palestra em universidade. Pelo visto, na
democracia brasileira, o terrorista Cesare Battisti tem o direito ao dizer, eu não.
Para a esquerda devo ficar caladinho, no meu canto.
Para mim está bem claro que a UFSC está me perseguindo
ideologicamente, por eu ser conservador, e ter formado um grupo de pessoas que
se denomina “UFSC Conservadora”. Não usamos o logotipo da universidade, nem no
Facebook, muito menos no blog. Em ambos fica claro que somos um grupo
independente de pessoas – principalmente de estudantes ou ex-estudantes –, ligadas
de algum modo a UFSC. Não usamos um único centavo de dinheiro público. Não usamos
o espaço físico da UFSC. Não usamos a marca/logotipo da UFSC. Apenas somos
conservadores, e divulgamos nossas ideias. Isso “denigre” a imagem da instituição?
Na mente perturbada de muitas pessoas, conservador e
fascista são sinônimos. Quem assim pensa não tem a mínima ideia do que seja
conservadorismo e fascismo. Igualar os dois pensamentos políticos é o mesmo que
igualar Margaret Thatcher ao Tiririca, que é um humorista muito engraçado, e
deveria ter ficado só no humor. Procurem e vejam se humilhamos ou insultamos
alguma pessoa em nossa página. Não encontrarão nada. Quem denegriu a imagem da
UFSC foi o gênio que teve a ideia de convidar Cesare Battisti para dar uma
palestra. Este sim manchou nacionalmente o nome da instituição, e deveria ser
processado por isso.
Aos esquerdistas da UFSC aqui fica o recado: querem me processar, fiquem à vontade. Processem-me. Não tenho medo de vocês. Temo apenas a Deus, e ao julgamento dEle. Não temo o julgamento dos homens. Não me calarei.
Vejam abaixo a correspondência que recebi da UFSC com essa ameaça judicial:
* É editor do blog UFSC Conservadora, e mestre em Letras pela UFSC.
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