Antonio Pinho
Minha vida transformou-se, nesta semana, num roteiro digno de Kafka,
como comentei em meu artigo anterior. Mas cometi um equívoco: a
diferença entre K. e mim é, na verdade, grande. K. nunca soube o
conteúdo de seu processo, e foi morto pelo Tribunal sem o saber. Por
outro lado, sobre meu processo está tudo bem claro: agora sei qual seu
conteúdo.
Ontem fui a Procuradoria da UFSC ter acesso a íntegra de meu processo, o que é meu direito. Como comentou Constantino,
o conteúdo da acusação inaugura uma nova modalidade do marxismo
brasileiro: “além da doutrinação marxista nas faculdades, agora há uma
modalidade nova, que é a perseguição ideológica aos que discordam. Não
basta enfiar Marx goela abaixo dos alunos inocentes, pintar murais com a
imagem do assassino Che Guevara e criar matérias inteiras só sobre o
marxismo. É preciso intimidar e calar os que ousam pensar de forma
independente.” Sim, é bem isso mesmo. Entramos numa nova fase de nossa
cubanização, e sei do que falo, pois agora mesmo estou sofrendo isso na
pele.
O Procurador-Chefe da UFSC errou feio a levar adiante essa denúncia.
Ela é totalmente infundada e, o mais grave, anticonstitucional, pois vai
contra o artigo 5 da Constituição – falei disso no artigo anterior. Não
só o procurador-chefe errou feio. O gabinete da reitoria também. Há
documentos assinados em meu processo pelo Chefe de gabinete da reitora,
com carimbo e tudo mais. Ou seja, tenho a prova material que a reitora
sabia sim de tudo o que se passou. Ela é do PSOL, e está claramente
promovendo perseguição ideológica contra mim. Não bastou o tiro no pé
que foi o convite do terrorista Cesare Battisti à UFSC, agora eles me
vêm com essa. Lembrem de uma coisa: o nome do evento para o qual o
Battisti foi convidado chamava-se “quem tem o direito ao dizer”. Se é
para terrorista, esse “direito” está garantido, se é para que um
ex-aluno (blogueiro independente) expresse o que pensa, esse direito não
existe. É a velha lógica da esquerda stalinista: dois pesos duas
medidas. Um terrorista assassino pode falar, eu que nunca matei uma
galinha não posso. É ridículo! E olha que estou moderando aqui na
adjetivação.
A reitoria deu um tiro no pé. Isso é evidente. Achou que estava se
metendo com um covarde que age sorrateiramente como a esquerda sempre
faz, nas sombras, fazendo suas burradas sempre que possível bem
escondidinho.
Já disse isso, eu não fiz nada escondido. Essa notificação da UFSC
chegou a mim, e assim que pude a digitalizei e postei na internet. Se
não devo, logo não temo, portanto, não escondo. Quem se esconde são
eles, pois a denúncia foi anônima, e mesmo totalmente descabida, foi
levada adiante pela burocracia cubanizada da UFSC. Esse é só o primeiro
capítulo de uma história muito surreal. Aguardem pelos próximos.
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