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quinta-feira, 4 de julho de 2013

O fim do islamismo

Antonio Pinho

A Nova Ordem Mundial (NOM) é uma proposta civilizacional completa, que abarca todos os aspectos da vida humana, desde a alimentação à religião. Isso não é um mistério para todos aqueles que têm algum contato com a literatura sobre a NOM. Há projetos para a completa transformação da sociedade humana que são elaborados no seio das grandes fundações e institutos internacionais, sem contar com a ONU e as várias instituições associadas a ela.  A ideia de formar uma nova sociedade em laboratório não é nova, remonta às origens do renascimento. Mas há mais de um século da ideia se passou à ação. Obras como Poder Global Religião Universal, de Juan Claudio Sanahuja, ou False Dawn, de Lee Penn, mostram que há íntima relação entre a luta por um governo mundial e a unificação das religiões. A United Religions Iniciative (URI), por exemplo, é uma típica organização globalista que, com o pretexto do ecumenismo, vai esvaziando as religiões tradicionais, ao mesmo tempo que as unifica numa nova religião mundial ao estilo Nova Era, sem dogmas, panteísta e neo-pagã, na qual os escombros das religiões históricas serão todos misturados. Jesus, Maomé, Buda e todas as divindades do hinduísmo estarão lado a lado como representantes de uma sabedoria cósmica. É próprio da mentalidade Nova Era pensar que não há uma religião que seja a única expressão da verdade, mas que todas as religiões expressão de modos diferentes uma mesma verdade mais profunda. Ou seja, não há uma religião verdadeira, todas as religiões apresentam variadas formas de verdade. Todas as religiões são verdades. Se isso é verdade, então por que não unificar as religiões?

Na Nova Ordem Mundial não há, portanto, lugar para as religiões tradicionais. Organizações globalistas como a URI trabalham para desmontá-las, em favor de uma nova ética, de numa nova moral amoral e de um novo dogma da ausência de dogmas. Em suma, misturam-se todas as religiões e, assim, elas são destruídas. Aqueles que estudam a NOM pensam que seu alvo único é a destruição do cristianismo. Isso é totalmente equivocado. O islamismo também tem seus dias contados segundo o projeto civilizacional da Nova Ordem.

Durante o governo Obama o islamismo tem conseguido seguidas vitórias, e se propagado em todos os continentes em número de adeptos e influência cultural e política, inclusive na América e Europa. Isso poderia levar a entender que o islamismo, quem sabe, seria a grande religião da NOM. De fato, o islamismo tem prestado grandes serviços a NOM, como força que colabora com a destruição do cristianismo e do judaísmo, mas isso não implica que o islamismo seja a religião global do império universal da NOM. Muito pelo contrário. No momento oportuno, os globalistas saberão destrui-lo, e os destroços do islamismo serão absorvidos dialeticamente pela religião mundial neo-pagã. Maomé será só mais um dentre outras “divindades” do panteão da URI.

Na verdade, a radicalização do islamismo desde as últimas décadas do século XX já é o início de seu fim.

O papel do Islã atualmente é como uma forma de “periferia” do bloco comunista Russo-Chinês-Cubano. O islã, agora, portanto, colabora com a ação revolucionária mundial, pois a tática é sempre fomentar grupos com potencial de apresentar tendências antiocidentais e anticristãs. Tem que se lembrar que o islã atual, radical, que quer implantar teocracias comandadas pela lei islâmica, é um fenômeno bem moderno e atual, e não uma coisa tradicional, ligada às suas raízes históricas. Pois os países islâmicos até os anos 70 seguiam uma forte tendência a laicização, processo que foi interrompido com a revolução Iraniana de 80, que colocou os aiatolás no poder, e deu inicio a essa atual onda de radicalização. E tal radicalização nada mais é que sua caricatura, um espantalho. Não tardará o dia em que os globalistas que criaram esse espantalho voltar-se-ão contra ele, espancando-o impiedosamente, até que caia no chão despedaçado.

Na segunda metade do século XX, essa laicização do mundo muçulmano era já uma ação revolucionária, promovida pelo Partido Socialista Baath, do qual Saddam Hussein foi um grande nome. A imagem que ficou de Saddam é a do ditador genocida, que matou 200 mil cidadãos iraquianos. O que não se fala é que Saddam era um socialista. O socialismo do Partido Baath pregava o pan-arabismo, ou seja, a união de todas as nações árabes num super-estado que se estenderia do Marrocos ao Iraque. Outro nome do socialismo árabe era Gaddafi, outro excêntrico ditador. O Partido Baath representava a ala secular do movimento revolucionário árabe, ao passo que os aiatolás a ala radical. Temos aqui uma polarização do movimento revolucionário árabe/muçulmano, entre uma ala laica e outra guiada pela sharia. Essa polarização ficou patente na guerra entre Irã e Iraque, nos anos 80 do século XX. Tanto uma quanto outra ala eram benéficas ao movimento revolucionário: as duas resultariam na centralização do poder e na destruição do islamismo. E no futuro não muito distante é isso que ocorrerá. Um governo laico e socialista em poucas décadas destruiria o islã, como os socialistas latino-americanos destroem o cristianismo. Por outro lado, a caricatura radical do islã resulta na mesma destruição: fanatize o povo, lance-o numa feroz guerra contra Israel que a destruição espiritual também se realizará, com a vantagem de que fomentando a guerra, gera-se lucro às indústrias armamentistas.

A tendência socialista das atuais revoluções árabes continua viva, mesmo com a vitória dos aiatolás. Para eles a meta final é a mesma dos socialistas do Baath: a criação de um mega estado islâmico, unindo as nações islâmicas. Algo como uma espécie de “União Europeia” muçulmana. Essa é uma etapa preliminar para o califado universal dos sonhos da fraternidade muçulmana, a Nova Ordem Mundial dos islâmicos.
Os globalistas usam essas tendências radicais agora, mas logo vão se voltar para a destruição do próprio islamismo, e o atual radicalismo é no fundo o início dessa destruição. A meta final não é só a destruição do cristianismo, mas também do islamismo e do judaísmo, que serão substituídos, como sabemos, por um neo-panteísmo global. Então, a radicalização do islamismo é a etapa inicial de sua destruição, mas até lá ele está sendo muito bem usado pelos agentes globalistas/socialistas, e será muito útil para fomentar a centralização de poder. Uma coisa é certa. Nas próximas décadas nascerá uma grande nação islâmica com um só propósito e com curto prazo de validade. O grande inimigo é o de sempre: Israel e o Ocidente.