O patriotismo, no sentido moderno, surgiu juntamente com a concepção de estado capitalista burguês do século XIX. Quer dizer, o patriotismo nasceu junto com o conceito de país.
No Brasil, o patriotismo sempre foi incentivado, quer dizer, cultivado pelas forças armadas. Tanto que são elas as protagonistas dos desfiles de 7 de setembro, considerado o maior evento cívico nacional. O problema já está na função de tais entidades: a morte. Sim, a morte. Se existe exército, marinha e aeronáutica é para alguma coisa, ou seja, fazer guerra, provocar a morte. Os fardados afirmam que existem para a segurança nacional, para proteger o Brasil. Porém, não há nada tão falso quanto isto. Eles são úteis somente para dar golpes de estado e destruir países visinhos. Pois, se o Paraguai vive em difícil condição social devemos agradecer ao nosso zeloso exército, que matou 75% da população paraguaia.
Por isso, o exercito não tem direito de querer instalar patriotismo em nossas mentes.
Em suma, as forças armadas deveriam ser extintas! E também nos demais países. Tenho certeza de que a humanidade seria muito melhor sem o medo de guerras, sem o poder mantido pelo pavor e pela força.
Além disso, há algo muito importante a dizer sobre o tema. O próprio conceito de pátria é artificial e foi criado, como vimos, há relativamente pouco tempo. O território nacional surgiu como necessidade do capitalismo de se manter, garantindo um público consumidor mínimo para as mercadorias produzidas. Quer dizer, a noção de país foi uma invenção da burguesia para a manutenção do lucro. Contudo, isso não bastava, um estado como mercado assegurado era pouco. Para que o capital continuasse crescendo destruíram a África e a Ásia, subjugando-os ao máximo da exploração colonial.
Foram a vontade dos reis, a força das guerras, os interesses pessoais, a loucura e a vaidade que criaram as pátrias e abriram os territórios. Se a história foi assim, não foi por vontade do povo. As camadas miseráveis da população são sempre manipuladas. Nunca li um relato histórico onde constasse que um rei foi com o fuzil na mão, ao campo de batalha, para morrer pela sua pátria. Por isso inventaram o patriotismo, assim como inventaram o próprio conceito de pátria, para mover o povo à guerra.
Mas ainda existe esperança. Felizmente nosso povo perde o conceito de patriotismo. O brasileiro (falo do brasileiro néscio) só é patriota durante a copa do mundo de futebol.
Na miséria não há fronteira. Portanto, a humanidade é uma só pátria!
São José, 22/09/2006
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